A minha meia de primeira vez.
Ainda nem há meia dúzia de meses que estou nisto das corridas e acabei de fazer a minha primeira meia-maratona. Mas por que raio me deu para isto? Pelo bichinho do desafio e de palmilhar quilómetros no asfalto? Para fazer um check naquela distância? Para ver se realmente era “A mais bela corrida do mundo”?...pura loucura minha, é certo! Dormi mal a noite anterior, ora tinha calor, ora tinha um friozinho esquisito na barriga... E se eu não for capaz? E se estiver muito calor? E se eu não conseguir e deixar ficar mal quem vai comigo? E se...? E o se passou-se e o dia chegou. Avizinhou-se fresco mas com a azafama de equipar, comer, sair para chegar ao ponto de partida, dei por mim e já estava no meio de uma imensidão de gente para onde a maioria era “só mais uma corrida” a levar com o sol quente em cima, o fresco da manhã já tinha ido. Não tinha como voltar atrás agora... afinal vim aqui para tentar! Se não der para correr, vai a andar mesmo! Não liguei a tempos nem me senti intimidada com os demais laranjinhas e tartarugas e outros que tantos que passaram por mim que nem flechas e que mais lá ao fundo passaram novamente que nem boomerangs, liguei àquilo que o meu corpo dizia e mandava: deixa-te ir. Novamente, se não der para correr, vai a andar mesmo! E fui!! E fui sempre a correr, passinho a passinho com dor aqui dor ali. As marcas que assinalavam a distância iam passando e para manter o ânimo comentava que “já fiz esta distância, já só falta mais esta...” mas é certo que, chegando a perto do quilómetro 17, o corpo começou a pesar. Estava cansada, tinha passado o meu limite em corrida de estrada, já descontrolava o meu foco, isto tinha tudo para correr mal. Mas não, não desisti e lutei até ao fim, até passar a meta! Afinal, era esse o meu objetivo! Não terminei com o desejo nas entranhas de me inscrever logo em outra destas como diz o hábito, mas terminei com o pensamento de desafio concluído e superado com sucesso!! Mas o meu sucesso deveu-se também ao meu grande apoio, o João. Este ser incrível nunca, mas nunca saiu da minha beira enquanto carregava as águas para eu não levar peso e ou ia buscar laranja e partilhava a nesga de rodelinha dele, comigo. Ralhava meiguinho comigo para ter controle na minha respiração, perguntava-me se estava bem de quilómetro em quilómetro. E eu, rabugenta como costume, resmungava com calor ou com moínhas nas pernas ou com a água estar choca ou porque tinha xixi! Para ele também era “só mais uma corrida”, mas sabia que para mim não... afinal, era a minha meia de primeira vez!
Muito orgulho em ti, madrinha! 🧡 Com mais ou menos dores, mas finisher 💪🏼 e, por isso, estás de parabéns por mais este desafio ultrapassado 👏🏼
ResponderEliminarSevilha que nos aguarde 🍊😎
Muito orgulho na minha caçulinha ❤️ Obrigada João por tomares conta dela❤️
ResponderEliminarQue bonito relato Ana.
ResponderEliminarÀs vezes não chega a doer muito, mas acredita que mais de 60% das provas que cada atleta faz é difícil e dói.
Parabéns!! Sei, pelo que vejo, que tens um grande potencial.
#vaiquedá
E aí o moço percebe muito bem da coisa. Espero que façam muitas provas juntos.
Runbeijinho
Rui
Muitos Parabéns! Nem era preciso meia maratona nenhuma porque já tinhas ganho no apoio, no convívio, no espírito, na superação constante! Mas já agora que a fizeste, espetáculo, maravilha, Parabéns!!!!
ResponderEliminarMuitos parabéns Ana.
ResponderEliminarTu és das valentes.
Carrega.. que esse chá gelado da Sagres faz o resto.
Um beijinho.
Belo texto.
ResponderEliminarAdoro a forma como o escreveste, está uma delícia.
Obrigado :-)
PS. Não sabia que eras rabugenta, nunca notei esse teu talento. Talvez só se revele nas meias, ou nas meias de primeira vez. Temos de tirar isso a limpo com uma meia de segunda vez.