Ultra Maratona Caminhos do Tejo (2018)
A
Ultra Maratona Caminhos do Tejo é uma prova organizada pela Associação O Mundo
da Corrida, que se realiza anualmente ao longo dos Caminhos do Tejo/Fátima,
ligando Lisboa a Fátima numa extensão de aproximadamente 145 km. Além desta
prova, existe uma “mini” que começa em Santarém (nas Portas do Sol) e segue o
mesmo percurso da prova “grande” até Fátima. Foi nesta que eu e o Jorge Esteves
participamos este ano. São cerca de 60 km com 1325 m D+.
Saimos de Lisboa às 6h30 em direcção a Fátima onde nos esperava o autocarro de ligação a Santarém. A viagem Fátima/Santarém pareceu-me longa e demorada, embora tenhamos chegado muito a tempo pois a prova só começava às 9h. No total eramos 27 corredores inscritos. A boa disposição imperava, caras conhecidas, cumprimentos, as habituais gargalhadas, o “nervoso miudinho”, os bocejos, as idas à “casa de banho”, enfim, o habitual. Este ano a prova teve uma novidade interessante. A cada corredor era distribuido um localizador GPS de modo que se poderia acompanhar, em tempo real, através da web a localização de todos os participantes. Isto é particularmente útil para a organização detectar saídas do percurso e auxiliar telefonicamente o atleta. Neste tipo de provas longas cuja marcação do percurso assenta somente nas indicações dos marcos do Caminho de Fátima, este é um auxílio muito importante.
A partir de Santarém o percurso segue pela estrada até Santos, passando por alguns troços de terra batida. Foram 20 km com relevo suave, temperatura amena e brisa refrescante que se fizeram em ritmo cauteloso. A pior parte ainda estava para vir. Nesta troço vinha constantemente a acompanhar-nos e incentivar-nos uma senhora num carro. Parava o carro, saía, batia palmas, dizia-nos frases de incentivo, nós agradeciamos e passavamos. Pouco depois ela avançava e voltava a parar mais à frente para repetir tudo de novo. De início pensei que seria um elemento da organização mas o intenso sotaque nortenho é pouco comum no Mundo da Corrida. Isto estava a intrigar-me. Não me contive e tirei tudo a limpo. Tratava-se da filha de um atleta de Ovar, o Fernando Santos com 73 anos, que acompanhava o pai ao longo da prova e ele encontrava-se a poucas centenas de metros atrás de nós. Impressionou-me a fantástica atitude de ambos. Recordo uma altura em que eu e o Jorge iamos na conversa e ele nos ultrapassou dizendo: “vamos lá, olhem que isto é tudo planinho”. Uma delícia :-)
Outra curiosa coincidência. O Vitor começou a correr à
10 anos e, tal como o RUN 4 FUN celebra este ano o 10º aniversário. Parabéns a
nós.
Saimos de Lisboa às 6h30 em direcção a Fátima onde nos esperava o autocarro de ligação a Santarém. A viagem Fátima/Santarém pareceu-me longa e demorada, embora tenhamos chegado muito a tempo pois a prova só começava às 9h. No total eramos 27 corredores inscritos. A boa disposição imperava, caras conhecidas, cumprimentos, as habituais gargalhadas, o “nervoso miudinho”, os bocejos, as idas à “casa de banho”, enfim, o habitual. Este ano a prova teve uma novidade interessante. A cada corredor era distribuido um localizador GPS de modo que se poderia acompanhar, em tempo real, através da web a localização de todos os participantes. Isto é particularmente útil para a organização detectar saídas do percurso e auxiliar telefonicamente o atleta. Neste tipo de provas longas cuja marcação do percurso assenta somente nas indicações dos marcos do Caminho de Fátima, este é um auxílio muito importante.
A partir de Santarém o percurso segue pela estrada até Santos, passando por alguns troços de terra batida. Foram 20 km com relevo suave, temperatura amena e brisa refrescante que se fizeram em ritmo cauteloso. A pior parte ainda estava para vir. Nesta troço vinha constantemente a acompanhar-nos e incentivar-nos uma senhora num carro. Parava o carro, saía, batia palmas, dizia-nos frases de incentivo, nós agradeciamos e passavamos. Pouco depois ela avançava e voltava a parar mais à frente para repetir tudo de novo. De início pensei que seria um elemento da organização mas o intenso sotaque nortenho é pouco comum no Mundo da Corrida. Isto estava a intrigar-me. Não me contive e tirei tudo a limpo. Tratava-se da filha de um atleta de Ovar, o Fernando Santos com 73 anos, que acompanhava o pai ao longo da prova e ele encontrava-se a poucas centenas de metros atrás de nós. Impressionou-me a fantástica atitude de ambos. Recordo uma altura em que eu e o Jorge iamos na conversa e ele nos ultrapassou dizendo: “vamos lá, olhem que isto é tudo planinho”. Uma delícia :-)
De
Santos até aos Olhos de Água (km 30) as dificuldades geográficas não iriam
aumentar, somente as dificuldades meterorológicas com o esperado aumento da temperatura
ambiente. Mas um banho refrescante no rio Alviela compensou tudo.
Agora
era preciso chegar a Covão do Feto (km 39) com energia suficiente para o troço
mais dificil. Passar a montanha e descer até Minde (km 45). Quer a subida quer
a descida em trilho são desafiantes. O Jorge já vinha a queixar-se de problemas
digestivos. A paragem em Minde foi providencial, um sumo, um cafezinho, uma ida
à casa de banho e deveriamos estar como novos. Mas não estavamos :-)
Depois
de Minde é sempre a subir até às eólicas. O declive não é acentuado mas é
longo, são cerca de 4 km que parecem não terminar. Daqui para a frente o
caminho é tendencialmente a descer com bom piso em percursos de terra batida,
troços de estrada e relevo suave. Esta apreciação é a de hoje, no local com 50
km nas pernas o referencial era outro.
E
pronto, Fátima esperava-nos ali à frente, após perto de 60 km e pouco menos de
9h30. Não se poderá classificar de atlética a nossa prestação, mas foi a
possivel. O importante é que chegamos bem e que me diverti revisitando um
trajecto onde anteriormente, em 2016, tinha sofrido imenso.
Obrigado
ao Jorge pelo convite para para mais um desafio, pela companhia durante a prova,
e por todo o dia tão agradavel.
A
organização da prova esteve impecavel. Eu gosto do Mundo da Corrida, têm para
praticantes sem pretenções atleticas (como eu) uma atenção equivalente a
corredores de “elite”. Esta postura é louvavel. Obrigado a todos pela simpatia.
Uma
última nota:
Tenho
tido oportunidade de nestes últimos anos acompanhar o site: “Correr por Prazer”
(www.correrporprazer.com), da autoria do Vitor Dias. Tem sido meritório o
trabalho por ele realizado em prol da promoção do atletismo, particularmente da
prática da corrida. Recomendo. Gosto muito do seu dinamismo. Que nunca te canses Vitor.
Durante
esta prova tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o Vitor. Posso confirmar que
é igualmente muito simpático. Um abraço Vitor.
Tens imenso jeito para relatos de provas, Teodoro, parece que estamos a ver " o filme "!
ResponderEliminarAprecio muito o espírito de companheirismo entre ti e o Teodoro!
São um exemplo para todos nós!
Parabéns a ambos!
Belo relato sobre mais uma aventura dos nossos duplamente"quinquagenários". Obrigado Teodoro pela clara descrição. Runabraço
ResponderEliminarÉ sempre um prazer ler as tuas sábias palavras, depois de tanto sofrimento nas últimas edições, não desistem.
ResponderEliminarTeimoso sou Eu!
Parabéns a ambos a mostrar que a Vossa mente é imbatível.
Respect!!!!
Grande Teodoro ...excelente relato , como te disse ainda vibrei com a tua prova á medida que te ia seguindo ..tinha a certeza que ias la chegar com uma perna ás costas.
ResponderEliminarProximo ano fazemos equipe para os 144 km ..ta combinado?
Parabéns a esta dupla que não para de nos surpreender pelos feitos, que são sem dúvida atléticos. O texto também está espectacular, e gostei particularmente da referência ao atleta de 73anos. Também eu sigo o correr por prazer... não é que é quase uma versão em português de Run 4 FUN. Tudo boa gente!
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