Projeto Maratona #2 – Maratona de Budapeste 2024

  



Projeto Maratona #2 – Maratona de Budapeste 2024


Por Carla Rebelo, Fernando Rosete e Luís Matos Ferreira




Esta é a segunda edição do PROJETO MARATONA, após o sucesso que teve a primeira edição em ATENAS, "A Autêntica".


1. A ideia


O Projeto Maratona #2 nasceu com o mesmo objetivo do primeiro: revitalizar a paixão pelas provas de estrada de longa distância dentro do clube RUN 4 FUN. Enquanto o trail continua a ganhar espaço, muitos de nós iniciamos nas corridas de estrada, com a maratona sendo a prova mais emblemática.

Foi aliás um dos objectivos iniciais que esteve na génese do clube: motivar os seus membros para que completassem uma maratona, e tem neste momento alguns distintos membros que já contam com mais de 60 maratonas no curriculum, como o Fernando Rosete com 66 e o João Veiga com 63 (ver Portugueses com 50 Maratonas (ou mais))

Assim, após o sucesso da Maratona de Atenas em 2023, decidimos continuar a tradição, organizando uma nova aventura internacional: a Maratona de Budapeste 2024. Esta segunda edição destacou-se por um crescimento notável, tanto em termos de participantes como de entusiasmo entre os membros do clube e os seus acompanhantes.

À semelhança de Atenas, foi criada uma T-Shirt em linha com as cores desta nova aventura:










2. Comparação com o Projeto #1


Em comparação com Atenas, Budapeste representou um salto significativo. O número de participantes cresceu, e a logística, embora simples e descontraída, permitiu que cada atleta ou acompanhante organizasse sua própria viagem de acordo com as suas necessidades, enquanto mantínhamos objetivos comuns, como correr e conviver. Este modelo flexível foi essencial para o sucesso, com a participação de atletas em praticamente todas as distâncias do evento: 5, 10, 14 km, maratona e maratona relay. Revelou-se assim um evento muito inclusivo, com fórmulas para todos os gostos e capacidades.


3. A logística


A organização da viagem foi tão fluida quanto no projeto anterior, com grande parte das interações e combinações feitas pelo WhatsApp, que se mostrou uma ferramenta indispensável. Todos tiveram liberdade para escolher a melhor forma de aproveitar Budapeste, alguns ficando mais dias para explorar a cidade, enquanto outros optaram por uma viagem mais curta (A maior parte dos viajantes optou por ir no voo da Ryanair das 9 da manhã de sexta-feira e voltar no da Wizz Air de segunda-feira à tarde). No entanto, o espírito de grupo e o apoio mútuo prevaleceram, com encontros regulares para refeições e atividades turísticas.

A realçar o Jantar final no restaurante medieval Sir Lancelot, onde fomos brindados não apenas com uma tábua de carnes variadas, mas também com um bela dançarina do ventre e um rocambolesco lançador de fogo. 

































Quanto à estadia, todos foram livres de escolher o tipo de alojamento que desejavam , embora um contingente bastante numeroso tenha optado por ficar na Anva House, numa zona central e muito animada da cidade (animada até demais para quem teve a pouca sorte de ficar em quartos no primeiro andar, por cima de um bar). O hotel em si não tinha grande qualidade (basta dizer que tinha 2 modos de aluguer: 3 horas ou 24 horas), mas era de facto barato.








Aliás, consta que Budapeste é a 3ª cidade mais barata da Europa, logo a seguir a Sofia e Bucareste, e de facto não se pode dizer que os preços fossem caros.


4. A prova


As provas aconteceram ao longo do majestoso Danúbio, com cenários deslumbrantes que tornaram a experiência ainda mais especial. A maratona, com um percurso relativamente plano, foi um sucesso para todos os atletas do RUN 4 FUN, incluindo a Isabel, a única estreante na maratona este ano, que revelou enorme resiliência após a tentativa falhada em Atenas e completou a prova com grande mérito.


A atmosfera durante a prova foi incrível, com a cidade a vibrar com o entusiasmo dos corredores. O percurso passou por muitos pontos turísticos emblemáticos, como a Ponte das Correntes, passou face ao Castelo de Buda (mas sempre cá em baixo junto ao rio) e a impressionante margem do Danúbio. A estreia da Tatiana, que não faz parte oficialmente do RUN 4 FUN mas treina regularmente connosco, foi outro destaque, demonstrando como o entusiasmo crescente contagiou até amigos fora do clube.


5. O ambiente familiar e de companheirismo


Este ano, notou-se uma presença ainda mais forte de familiares e acompanhantes dos atletas, o que reforçou o sentido de unidade do grupo. Essa participação mais ativa de familiares, não só nos eventos de corrida, mas também nos passeios e nas refeições, ajudou a criar um ambiente acolhedor e de celebração coletiva.

Os laranjinhas de cada prova e os acompanhantes que não foram correr não faltaram ao apoio aos que participavam noutras distâncias e houve um entusiasmo constante ao longo dos percursos que muito animo deu a quem corria.


6. O sucesso da iniciativa e o próximo destino


Logo no jantar após a maratona, já se ouvia o burburinho sobre onde seria o próximo destino. O grupo WhatsApp criado para a viagem continuou ativo nos dias seguintes, com partilhas de fotos, agradecimentos e sugestões de destinos para o Projeto Maratona #3, confirmando o sucesso absoluto da iniciativa.


7. Participantes de 2024


A edição de 2024 contou com um grupo diversificado de viajantes, incluindo novos e veteranos, todos motivados pela camaradagem e o espírito de aventura que caracteriza o RUN 4 FUN. A interação entre os participantes foi constante, e o apoio entre atletas e acompanhantes foi um ponto alto, especialmente na recepção calorosa na chegada de todos os corredores.

Enquanto que em 2023 em Atenas a aventura teve a participação de 22 destemidos atletas e acompanhantes, o grupo de participantes da Maratona de Budapeste 2024 foi composto por 50 pessoas, incluindo 33 membros do clube RUN 4 FUN e 17 convidados. Os participantes estiveram distribuídos por diferentes distâncias da prova, com destaque para:


- Maratona: 22 participantes, a maior parte pertencente ao RUN 4 FUN (82%).

- Maratona relay (equipa de estafetas): 4 equipas com 4 membros cada, totalizando 16 pessoas.

- 14 km: 1 participante.

- 10 km: 6 participantes.

- 5 km: 1 participante.


12 pessoas vieram apenas para o 4 FUN, que é sem dúvida uma componente central da experiência..

O grupo reflete a diversidade típica do projeto, com veteranos e novos atletas, incluindo amigos e familiares, promovendo um ambiente de convivência e apoio mútuo.







8. Descrição da cidade e pontos turísticos


Budapeste foi oficialmente fundada em 1873 pela fusão de 3 cidades - Buda (na margem direita do Danúbio, com o Castelo de Buda), Pest (na margem esquerda, a maior parte da cidade) e Óbuda (a parte norte da cidade).

A cidade, com sua mistura de história e modernidade, proporcionou um cenário espetacular para a maratona. Os atletas e acompanhantes puderam aproveitar os famosos passeios de barco pelo Danúbio ao anoitecer, proporcionando uma magnífica vista de ambas as margens iluminadas, visitar as famosas termas como as de Széchenyi, deambular pelo Mercado Central, explorar a grandiosa Ópera de Budapeste, e saborear pratos regionais como o goulash, o Langós (uma base de pão frito com cobertura de vários tipos de ingredientes, a fazer lembrar uma pizza) e os doces típicos húngaros. A arquitetura imponente e o charme das ruas de Buda e Peste complementaram a experiência de forma inesquecível.







































"As noites de Budapeste são noites de Rock'n Roll"






9. Os 5 e 10 km






















10. Relato da maratona


Manhã de prova. Acordar ainda de noite e sentir o cheiro a adrenalina... ou será antes o ar saturado de um quarto de hotel ocupado por 3 marmanjos?

Banho retemperador, excelente para por a máquina a carburar.

Ingiro a primeira refeição do dia, algo leve que não tenho fome para mais. Equipo-me e desço para o hall de entrada do Hotel. Os meus 2 colegas de quarto, o Carlos e o Emanuel ainda terminam os últimos preparos. Cá em embaixo encontro o Zé, a Paula, o Rosete e o Miguel.







São 7h30. O grupo vai-se avolumando. Saímos para a rua e ainda temos tempo para beber um café na "Bakery" da Király Utca.



Apanhamos o "Tram" e lá vamos nós em direção à linha de partida, que fica na margem direita do Danúbio, em Buda.





Cumpre-se o ritual de entregar o saco com a roupa para vestir na chegada. E sobretudo a foto de grupo da praxe.





Agora cada grupo se divide pelas caixas de partida consoante o ritmo previsto. Eu e o Emanuel vamos para a caixa 1. Não fiz nada para merecer estar nesta caixa, uma vez que estou completamente fora de forma, mas de alguma maneira vim aqui parar.

Esta colocação teve a vantagem de me dar um ponto de vista priviligiado de onde fui vendo os vários laranjinhas que me iam ultrapassando.










Às 9 horas dão o sinal de partida. O Emanuel ultrapassa-me como um jato. Eu sigo lento, num ritmo de 6 min/km. Sei que não o irei aguentar até ao fim. 

De seguida devo ter sido ultrapassado pelo Francisco Machado e pelo Miguel Amaral, mas nem os vi tão rápidos deveriam ir.





O percurso tem vários troços em que os atletas mais atrasados se cruzam com aqueles que vão mais adiante. É muito giro ir avistando os vários laranjinhas em prova.

Pouco depois do 3º km a prova inflete para dentro de Buda, onde iremos entrar no túnel e desembocar na Ponte das Correntes, um ex-libris da cidade, ladeada por 2 leões majestosos.




Aqui a prova tem 2 cotovelos nitidamente feitos para ganhar quilometros. Mas têm a vantagem de vermos os outros atletas.

Quem vi de seguida foram o Fernando Rosete, o José Almas e o Hugo Fernandes, que iam um pouco à frente da primeira bandeira, a das 3:30. A Rute Matos iria um pouco adiante.

Não descortinei a Carla Rebelo que deve ter passado junto com a bandeira.

Depois a Sara Catita, o José Magalhães e por fim o Carlos Jesus. Não cheguei a ver o António Rego, que não tem uma dimensão propriamente inconspicua. Também não vi a Isabel Ucha. Mas vi a Sofia Blanc que estava na prova de 14 km. 

Depois o percurso desce a margem esquerda do Danúbio em Pest e passa novamente para Buda através da Petófi hid (ponte).

Descemos até à zona de partida e voltamos a subir a margem direita. São uma dezena de quilómetros sem história até entrarmos na Ilha Margarida.

É denotar também que a cada quarto de prova, aproximadamente, nos cruzamos com os atletas das estafetas.

Recordo-me de ver o João e a Luíza Ralha. Na segunda metade da prova sou ultrapassado pelo José Magro.

Os meus quilómetros passam cada vez mais lentos. O último quarto custa-me bastante a fazer, mas lá me consigo arrastar quase sempre a trote. 

Pouco antes da meta cruzo-me novamente com a Beta, a Jacinta, a Lara, a Lia, a Manela, a Paula, o Paulo, a Sara, a Tânia, e se me esquecer de mencionar alguém peço que me perdoem. O apoio constante ao longo de vários pontos do percurso é fundamental para manter o animo aceso. Bem hajam!




































E por fim lá cruzo a meta. Pouco depois chega a Isabel e fechamos a prova com chave de ouro: todos terminaram, o que se pode dizer que foi um sucesso total desta empreitada.

Alguns mais contentes com o resultado, outros menos, mas todos merecedores da medalha de finisher, que por sinal é bem bonita!









11. Conclusão


Projeto Maratona #2 foi, sem dúvida, um grande sucesso e um marco na história do clube, deixando a todos com a sensação de "missão cumprida" e prontos para o próximo desafio.



Alguns dos bravos





























































Uma recomendação final: nunca esquecer de tomar kefir logo pela manhã, antes da maratona. 

O efeito no estômago é inolvidável. Se não acreditam perguntem ao Emanuel...









Nota: mais fotos no evento dos Atletas: aqui


Comentários

  1. +1x, agradeço aos organizadores e a todos os que foram pelos momentos vividos e pela forma como fui recebida e tratada. Que grupo fantástico!
    Parabéns a todos pelos resultados obtidos.
    Que exemplo! Que alegria!

    ===========
    Dito isto, atrevo-me a partilhar convosco um pouco do meu trajeto recente, bem como algumas palavras que tentam expressar o quão importante foram para mim estes dias.

    Iniciei esta parte do caminho bem tarde na vida. Felizmente não foi por desespero nem doença. Simplesmente quis mudar de vida. Podia ter sido aos 40. Ou antes. Foi quando se proporcionou. Foi aos 55. E mudei mesmo. Deixei de fumar, alterei o regime alimentar, passei a fazer desporto. Jamais poderia imaginar onde me traria esse percurso

    Tem sido uma transformação real com ajudas super importantes da família, dos amigos e de alguns profissionais em áreas diversas que procurei para me suportar.
    Também com fé pois sinto-a e vivo-a cada vez mais. Para mim, esses alicerces são fortes e estão na essência de cada passo.

    Há 3 anos, comecei a fazer caminhadas com os meus queridos Diamantes e a extraordinária associação de Moradores AMU Cascais (São Domingos de Rana, Cascais). Até há 1 mês só fiz caminhadas, incluindo 3 peregrinações a Fátima (desde Santarém) e outras tantas a Santiago.

    Não faltaram algumas lesões e indicações médicas de que não posso fazer imensas coisas, incluindo correr. Pelas partilhas de alguns de vós, entretanto percebi que isto é "normal".

    Inscrevi-me nos 14km de Budapeste menos de 1 mês antes da prova (18Set). Sempre e só na perspectiva de caminhar. A ajuda e incentivo do meu padrinho foram providenciais. Tanto que tenho aprendido!

    Quis arriscar e, após essa inscrição, ajustei os meus treinos, transformei caminhadas em meias corridas e comecei a corrinhar. Fi-lo sozinha e de moto próprio. O risco tinha que ser só meu. Senti-me um pouco louca mas tinha que tentar. E não é que gostei, que tenho gostado?!

    Enfim, ainda custa a acreditar que aqui cheguei. Que, convosco e no contexto deste projecto, fiz a 1.ª prova de sempre, ainda por cima, fora de Portugal. O único objectivo era terminar. Consegui-o. No fundo da tabela mas passei a meta após 14km a corrinhar. E fi-lo em plenas capacidades, de pé, a funcionar e num estado muito melhor do que esperava. Até corri uma parte da prova e há evidências. Inacreditável!

    Só podia acontecer integrada no melhor clube de sempre RUN 4 FUN, com o melhor padrinho de todos os tempos e com um incentivo incrível de todos os membros que vivem o desporto, dão o exemplo e escolhem um caminho saudável, com alegria, diversão, apoio, entre ajuda e muita superação. Não há palavras. Fico-me por um singelo OBRIGADA!!!!

    Fiquei mesmo muito feliz e sinto que se me abrem mais e novos caminhos e perspectivas para o futuro. Enquanto puder. Enquanto a vida e a saúde me deixarem.

    O objectivo seguinte foi traçado ainda em Budapeste. Agora é tratar de o concretizar. Tenho fé que, com as acções certas, aos poucos lá chegarei. Farei tudo o que possa e dependa de mim.

    Sou-vos muito grata e jamais esquecerei estes dias unicos e tão especiais.

    É RUN, É FUN, É RUN 4 FUN!!!!!!!!!

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  2. Como sempre, um grande t3xro

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    1. Um excelente relato, escrito e visual, do Luís Matos Ferreira, o nosso melhor maratonista que acumula com a sua enorme capacidade de escrita literário-desportiva. Foram uns dias excecionais na companhia dos R4F e convidados, com algum RUN e muito FUN. Excelente organização do fantástico triunvirato Carla Rebelo, Fernando Rosete e Luís Matos Ferreira. É difícil fazer melhor, mas não é impossível 👍🍊🍊. Runabraços. João Ralha

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