A aplicação Elevate para o Strava

O Strava é uma aplicação muito popular entre ciclistas e corredores. Aí podemos rever e analisar as nossas prestações em treino e competição.


Tem algumas valências que permitem comparar os desempenhos com outros atletas e dentro de grupos. Destaco duas valências, os Flybys e os Segmentos que são sobretudo curiosidades. 

Partida para o Trail de Penacova 2018 - foto de Thiago Lemos
O Strava permite que programadores desenvolvam aplicações que funcionam em cima dos nossos dados. É precisamente sobre uma dessas aplicações que vou deixar aqui algumas linhas, chama-se Elevate App. Funciona no Google Chrome como extensão do browser.

 A Elevate foi escrita pelo programador Thomas Champagne, que a disponibiliza gratuitamente (link). Mostra indicadores interessantes, alguns podem ser vistos numa tabela do Strava e outros numa página adicional e na qual destaco o separador Fitness Trend. É dito pelo autor que ajuda a evitar lesões, prevenir o overtraining e a estar no pico de forma na data da prova.

Os indicadores que vou focar são os que procuram mostrar a evolução da Aptidão (Fitness). Para estes indicadores terem significado é importante que esteja disponível a frequência cardíaca nas actividades. É fácil de instalar e de usar. Interpretar os valores que lá aparecem pode demorar algum tempo, é preciso aprender.

A aplicação adiciona informação que os utilizadores do Strava gostam de ver sobre as suas actividades. Tem duas áreas, uma que aparece em cada actividade do lado direito, e que mostra estatísticas adicionais (imagem imediatamente a seguir). Como é fácil de interpretar não vou dar nenhuma explicação sobre esta parte. Tem o aspecto que podem ver neste print screen.

Aspecto da Elevate APP
 A outra área aparece à parte e tem um gráfico com o titulo Fitness trend. Ainda está a evoluir, é frequente o programador fazer actualizações, mas já é um auxiliar potente para a monitorização do treino. Não sei se os seus resultados são totalmente correctos. Os algoritmos de cálculo dependem de pressupostos e do próprio desenho do algoritmo. Não basta ter relações matemáticas para que os resultados expliquem os acontecimentos. Eu acompanho há alguns meses a Elevate. Como sou um atleta amador esta parece uma ferramenta útil para o meu nível de corrida.

Basicamente é um gráfico com três linhas. Fitness, Fatigue and Form, que traduzi para Potencial, Cansaço e Forma. A aplicação procura quantificar a evolução da nossa forma física a partir destas três variáveis através da leitura dos dados de treinos e competições que descarregamos no Strava.

O gráfico pode mostrar o passado até 24 meses. Mas a parte para que eu olho sempre são os últimos treinos e o impacto que tiveram nas variáveis.

Para chegar a estes valores a aplicação faz o cálculo de imensas variáveis. Podem ler sobre cada uma delas nas explicações da APP, são bastante detalhadas e têm um bom nível técnico.

O que são as três variáveis principais: Potencial, Cansaço e Forma.

O Potencial é a nossa aptidão, a base. Quando a aptidão melhora podemos conseguir melhores resultados, mas atenção ao cansaço. A variável Cansaço é auto explicativa, mede o cansaço que temos acumulado em cada dia como resultado do exercício que fizemos, é dá pistas para o limite dos nossos treinos. A Forma é a diferença entre a aptidão e o cansaço. Assim quando temos uma boa aptidão podemos não ter uma boa forma, se estivermos cansados.

Como a aptidão se deprecia menos rapidamente do que a velocidade a que recuperamos do cansaço, a melhor forma é obtida depois de um ciclo de treino e do respectivo descanso. Cada treino tem um impacto diferente. Um treino pode ser extenso, mas se tiver muitas paragens pode ter um efeito menor na melhoria de forma do que um treino mais curto e intenso.

Se descansarmos, a forma melhora depressa com o desaparecimento do cansaço e o Potencial transforma-se em Forma. Isso é visível no gráfico e permite uma leitura objectiva da nossa evolução. A visão numérica e gráfica é melhor do que a observação “hoje sinto-me bem”. Ao observar o gráfico sei que me sinto mais capaz porque houve uma sequência de treinos que deu resultado e consigo perceber o impacto dos treinos de uma forma menos subjectiva.

O gráfico seguinte mostra a evolução da minha forma nos últimos seis meses de 2018 e a previsão de evolução para os próximos dias caso eu não treine. Nota-se que a aptidão tem vindo a melhorar. Isso resulta de estar a executar um plano de treinos  para a maratona de Sevilha 2019 desde Outubro. Por vezes faço algumas provas ao domingo, como foi o caso do Trail de Penacova que não fazia parte do treino, mas que deu um forte contributo para a aptidão (linha roxa) e para o cansaço (linha amarela). A forma virá quando abrandar o treino e o cansaço diminuir, mas até lá tenho que continuar, de uma forma racional, a dar carga sem esquecer que “o descanso faz parte do treino”.


Espero que esta nota vos ajude a treinar melhor e sobretudo vos motive a correr bem e a tirar partido da corrida.


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