Atleta em Destaque: Pedro Ribeiro
Pedro Ribeiro
39 anos, Publicitário
Conheço o Pedro, salvo erro desde 2014. Lembro-me que na altura me foi apresentado pela Rute como um “estreante” na corrida. Desde então a sua evolução consistente permitiu-lhe obter resultados fantásticos. Ao alcançe de muito poucos. Ele é a prova de que boas prestações podem ser alcançadas através de um moderado treino de corrida, assente numa forma física equilibrada. O Pedro é um jovem adepto do crossfit de onde retira a sua invejavel preparação atlética, essencial à corrida em trilhos. O próximo desafio que irá enfrentar é o Azores Triangle já em Outubro, onde vai escalar mais de 6000 m D+ ao longo de 100 km. É obra! Mesmo à distância não deixarei de acompanhar de perto a sua prestação.
O novo logotipo do RUN 4 FUN foi uma criação original do Pedro e também da Carla Esteves. O resultado foi magnífico, superando largamente as minhas melhores expectativas. Muito obrigado a ambos.
Mas, a melhor faceta do Pedro é inequivocamente o enorme espírito de camaradagem que o caracteriza não só durante os treinos como também nas provas. É sempre um prazer acompanha-lo e beneficiar da sua simpatia, humor e boa disposição. Um abraço.
Entrevista a Pedro Ribeiro:
1. Há quanto tempo corres?
Acho que comecei em 2013. Já lá vão 5 anos, portanto.
2. Porque corres?
Comecei porque queria fazer exercício físico e baixar o peso.
Continuei porque a corrida desafiou-me e mostrou-me que consigo ir além dos meus limites, ir mais longe e atingir novas metas.
Nunca mais parei porque transformou-se num vício fisiológico. Tornou-se uma necessidade sentir aquela satisfação de terminar uma prova ou um treino. Um cocktail irresistível de endorfinas, dopamina e outras coisas terminadas em ina. Há várias teorias para explicar porque corremos, mas a verdade parece-me simples: terminar uma prova ou um treino dá um gozo e um alívio enormes (mesmo no sentido brasileiro do termo). E quanto mais difícil, maior o prazer. Depois de sentirmos isto, queremos mais. Não é por acaso que a meio de uma prova só pensamos em sair dali e não voltar mais e umas horas depois de terminarmos já estamos a pagar a inscrição da próxima, no mínimo, tão difícil quanto a anterior.
A companhia também ajuda.
3. Onde treinas e com que frequência?
Costumo correr 2x semana. Às quintas na Garça, e aos domingos onde calhar.
Muito importantes para melhorar as minhas capacidades de corredor, são os 3 treinos semanais de crossfit.
4. Qual a prova que mais gostas? E a que mais te marcou?
Impossível falar só de uma.
Só há uma prova que faço questão de repetir todos os anos, porque foi a primeira que fiz: a corrida do Benfica. É uma corrida feia, mas é do glorioso, logo, é linda.
Abutres é a mais bonita que fiz até hoje. Se pararmos por breves instantes para ver a paisagem incrível da Lousã ou uma das muitas cascatas, poderá crescer vegetação pelo corpo acima.
São Mamede é o meu palco de eleição para pôr em prática más ideias. Foi lá que me estreei nos ultratrails, tendo ficado com a sensação, errada, de que até seria fácil. Também foi lá que me estreei nos 3 dígitos, o momento mais épico da minha carreira. Correu tão bem, que a minha família chegou à meta para me esperar depois de mim.
O Azores Triangle é só em Outubro deste ano, mas já sei que vou chorar por lá. Com 3 etapas em 3 dias num total de 100 kms e mais de 6.000 D+, tanto poderá ser de emoção como de agonia. Aguardem por um facebook live na chegada ao topo do Pico.
Não é preciso ir tão longe nem ao futuro, para me lembrar do Sintra Mountain Magic Trail. Um rara oportunidade de correr mal vestido e a cuspir para o chão nos parques de Sintra, e sem pagar. Em Sintra, até consigo ser fã de uma prova de estrada: o fim da europa. Uma prova onde também é possível encontrar o fim das pernas.
Como referi mais acima, depois da primeira visita a São Mamede, fiquei com a sensação de que um ultratrail seria coisa fácil. Mas logo depois fui até ao Louzantrail. Prova que, na minha opinião, poderá ser apenas a mais difícil de Portugal. 4.000 de D+ em 45 kms debaixo de altas temperaturas. Nesta primeira tentiva, fui barrado com creme de humildade e saí de lá pronto para desistir das corridas. Mas como já disse, quanto mais difícil, mais gozo dá. Lá voltaria no ano seguinte para acabar a prova em 11h50 (a 10 m do tempo limite) e assim acrescentar ao currículo aquele que considero ser a prova que mais orgulho me dá ter concluído. Se quiserem testar os vossos limites, sobretudo os mentais, é lá que têm de ir.
Mas a besta que continua por vergar, é a p&%$ da Maratona. Fisicamente, já acabei 5. Mentalmente, sinto que ainda estou na primeira, preso naquele maldito túnel do km 32.
5. Quais os teus próximos objectivos?
100 milhas.
3h40 na maratona.
Sub 45 nos 10 kms (objetivo original na adesão aos R4F).
6. O que é para ti o RUN 4 FUN? Que benefícios retiras de pertencer ao Clube?
Fazer isto sozinho é muito mais difícil, para não dizer impossível. E nem sequer me refiro às provas, nas quais correr sozinho até pode ser normal. É nos treinos que a companhia faz a diferença. É aquela razão para acordar cedo. Aquela lebre, para não lhe chamar picardia, que nos faz puxar mais. E acima de tudo, é aquela compreensão, motivação e afinidade que dificilmente vamos encontrar noutros círculos da nossa vida. Poucos percebem (e aceitam) que passemos tanto tempo nesta m@#$€. Ora, se correr é algo que nos faz felizes, de que serve esta felicidade se não pudermos partilhá-la com alguém?
7. Uma mensagem aos novos membros do Clube.
Alguém, muito sábio, disse um dia: “se correr é algo que nos faz felizes, de que serve esta felicidade se não pudermos partilhá-la com alguém?”. Pois bem, os Run 4 Fun estão aí para correr e espalhar felicidade.
Comentários
Enviar um comentário