Ultra Trail de Sicó 2018 (2ª Parte de 4)
“És tu e o Trilho” é a frase do
AxTrail. Adoro-a. Repetindo, hoje, a analogia trilho/vida, assumo que o meu
lema, na vida e no trabalho, assenta na convicção de que temos que escolher o
nosso trilho e determinar a melhor forma de o seguir, assumindo as
responsabilidades pelas escolhas, sozinhos, enquanto pessoas adultas e racionais.
Por vezes, temos a companhia da família e dos amigos, ou porque se vão cruzando
no mesmo trilho, ou porque optam por um paralelo, seguindo lado a lado, ou
porque coincidem em determinados troços, com termo no mesmo local. Quando
ocorrem essas situações o apoio e o companheirismo são determinantes: aliviam a
carga e tornam o caminho mais verde, o sol mais brilhante ou a chuva mais
suportável…ou apetecível.
No Trilho de Sicó o Rui assumiu o
apoio integral: com total sacrifício da sua capacidade física em prol da minha finalização
da prova. O que trouxe uma nova perspectiva da forma de percorrer o trilho/vida:
a presença do nosso companheiro de trilho/vida, mas uma presença atenta,
analítica, antecipatória das necessidades, com o conhecimento da personalidade
da bicha feroz (eu), sem pressões e sem superficialidades (na saúde e na gripe).
Mantenho o princípio de que o trilho deve ser percorrido de acordo com as
nossas capacidades pessoais, sem interferir nas melhores aptidões do outro, permitindo
que este se realize plenamente: dá-me imenso prazer pensar inúmeras vezes, em
todas as provas, que o Rui lá vai, bem mais à frente, focado, determinado a
desbravar o trilho (o dele), nos seus micro-calções azuis (e que belo par de
pernas!!!). Apoiar sem limitar. Porque sei que o trilho a percorrer é o mesmo e
que a meta é comum (e tem garantia de beijoca). Mas descobri que nas excepcionais
situações de fragilidade o trilho só se finaliza com apoio. Sicó só teria meta
comum se houvesse percurso paralelo, no espaço e no tempo (obrigada por teres
entrado nos meus trilhos).
E também estes pensamentos se
aplicam ao Teodoro e ao Jorge. Em todas as provas penso nos nossos
companheiros: onde estarão, como estarão, como se sentirão. Porque, nos trilhos
somos partes específicas de uma família/grupo/colectividade determinada, cujos
caminhos se tocam, por vezes durante toda a prova, outras vezes durante alguns troços. E conversa-se, brinca-se, analisa-se a vida e as pessoas, enquanto subimos um desgraçado de
um monte infinito ou quando nos sentamos a comer uma sandes de presunto ou a tirar as pedras dos ténis. E lá estavam eles na meta. À espera. De sorriso rasgado e de
braços abertos. Com jolas e foto finisher: quatro seres humanos, orgulhosos de
mais um capítulo finalizado. E a Margarida-staff incansável e brincalhão. E
orgulhosos estavam, também, aqueles que ao longe nos apoiam, que se preocupam e
que têm, sempre, uma palavra amiga de apoio.
Sicó foi, assim: ”És Tu, e Eu, e os
Amigos, e os Nossos Laranjas e o Trilho” - 2ª parte de 4.
Continua...
Continua...
Bonito. Temos escritora. Obrigado pela partilha Sandra. Runabraço
ResponderEliminarMuito bem Sandra.
ResponderEliminarEstes desafios vão muito além da distância/tempo, por vezes temos de recorrer a tudo o que há em nós. Mas apesar das dificuldades, sejam elas quais forem, saimos sempre reforçados da experiência, e da próxima vez será (ainda) melhor.
Vamos triunfar em Mérida :-)
TT