2914 dias depois, torci os 111km de Sicó



"Bem, malta, nos Run 4 Fun precisamos de pontuar para o circuito Endurance da ATRP, era bom levar três pessoas ao Sicó, quem é que alinha?"

Depois de DNF com 99km em 2015 e de DNF com 34km em 2016, pensei e disse "Eu vou" e inscrevi-me. Mais velho, mais maduro, com a cabeça mais no lugar, com treino de melhor qualidade, podia não conseguir mas, não podia deixar de tentar, e começou assim, a minha terceira tentativa de finalizar os Ultra Trilhos de Sicó, distância de 111km.


A preparação

A preparação, foi a possível, com a ajuda do inestimável David Caldeirão, dentro do tempo e disponibilidade possível. Costumo ler por aí daquelas coisa motivacionais como "o desporto salvou a minha vida". No meu caso, não salvou a minha vida, mas ajuda sem dúvida a manter-me saudável, e no caso do triatlo dá-me um condicionamento e variedade que para mim são super importantes. Bem sei, esta prova não era um triatlo, mas o triatlo, e a preparação para, ajudou, oh se ajudou.

Como preparação específica para esta prova, não fiz nada de mais, treinos de corrida, é claro, e como "treinos longos em serra" fiquei-me por dois treinos à noite em Monsanto, de três horas de duração aproximada cada um, era o que dava.


O pré-prova

Arrancámos de Lisboa, eu, o Rui, a Sandra e o Pedro, sexta-feira depois de almoço, a prova arrancava às 23h00. Fomos para Condeixa-a-Nova, viagem sem incidentes, conversa animada, a tentar convencer o Pedro a arranjar uma inscrição de última hora para os 111km, mas falhámos na tarefa.



Chegada a Condeixa, fui montar o acampamento ao pavilhão. Curioso que, nos outros anos em que fui a esta prova o pavilhão estava "cheio" (em 2016 tinha havido um contratempo e não havia pavilhão à última da hora), e desta vez o pavilhão estava "vazio". Descansei uma hora, porque nem se chama aquilo dormir.



Depois, juntamo-nos a parte da comitiva laranja desta prova, sendo que éramos no total 25 atletas, e jantámos 10, no restaurante Tenesse Original, um restaurante de cowboys em plena zona centro de Portugal. Saídos de lá, fomos equipar ao pavilhão. O José e o João, que iam fazer pela primeira vez esta distância, revelavam assim um ligeiro nervoso miudinho. Já eu estava calmo, na minha.

Sabia ao que ia, levava o plano delineado na cabeça, e era simples:

  • Nunca correr a subir;
  • Correr sempre a direito;
  • Nas descidas, caso não fossem técnicas, correr, se fossem técnicas nunca correr;
  • Nunca olhar para o relógio.

A nível de equipamento, fui também melhor preparado e pensado do que das outras vezes.

  • No tronco: Camisola térmica longa, camisola térmica curta, camisola quente de corrida e impermeável.
  • Nas pernas: Boxers, calças, perneiras, meias e sapatos.
  • Na cabeça, gorro térmico e boné impermeável.

Isto, para além da mochila, frontal e de luvas sem dedos. Levava algumas peças de roupa extra na mochila, dois buff, uma gola polar e um pequeno kit de primeiros socorros que felizmente não foi necessário.

Levava também toda a nutrição para usar na prova comigo. Embora os abastecimentos em Sicó tenham a fama (e o proveito) de serem bastante bons, havendo bifanas, sopas (plural, vários tipos), massas, presunto, queijo, frango, pelo seguro levo comigo o que sei que é garantido precisar, até para evitar algum problema gastro-intestinal que possa aparecer devido consumo de alimentos fora do normal.

Assim, levei um incontável (mentira, era contável) número de sticks de Tailwind de sabor neutro, barras Powerbar e Gold Nutrition tipo goma para a gulodice e geles da 226ers, correndo tudo na perfeição a nível de alimentação.


As etapas

Estas foram as etapas da prova, e algumas das histórias caricatas, do que me lembro.


Condeixa-a-Nova até Beiçudo, 1h25 de prova

1h25 para 11 quilómetros, pace 7:43 e 4' de descanso

A prova arrancou a ritmo aceitável, algum fresquinho mas ia em modo "vou ignorar o frio". Zero dores nas canelas, zero problemas a aquecer, impecável.


Beiçudo a Penela, 3h40 de prova

2h11 para 14 quilómetros, pace 9:30 e 6' de descanso

Algumas subidas onde andei, sempre, em todas elas. O casaco que levei era novo (já tinha usado uma vez em Monsanto, uns minutos, era muito quente) e foi das melhores coisas que levei. O casaco tem dois bolsos, impermeáveis. Como não levei bastões, em todas as subidas em que não tivesse de andar "de gatas" a agarrar-me a pedras levava as mãos nos bolsos, portanto mãos sempre quentes a prova toda.


Penela a Casas Novas, 5h56 de prova

2h10 para 10 quilómetros, pace 13:04 e 8'30" de descanso

Aqui já houve uma paredezita, depois de uma descida também tramada. O nevoeiro adensou e o frio também. As plantas de folha maior que conseguia ver, estavam brancas do gelo portanto "lá fora da minha bolha" não devia estar fácil.


Casas Novas a Santiago da Guarda (Base de Vida), 9h18 de prova

3h13 para 18 quilómetros, pace 10:52 e 23'30" de descanso

Este troço, embora sendo longo, não foi complicado. Nasceu o dia também, o que é sempre uma ajuda, ainda parei um bocadinho ao sol para admirar a paisagem.



Cheguei à base de vida, onde estavam os companheiros Run 4 Fun que iam arrancar para os 60km e a entourage Almeida-Chocalheiro-Catita na sua festa habitual.

Mudei a parte de cima, mudei os sacos da nutrição (levava novo kit para a segunda parte da prova) e arranquei, sabendo que a prova, verdadeiramente, começava naquele ponto.


Santiago da Guarda até Pousadas Vedras,  12h58 de prova

3h16 para 16 quilómetros, pace 12:17 e 16'48" de descanso

Arranquei com o Sol a fazer calor, já os participantes dos 60km tinham ido embora. Tirei o casaco e o gorro térmico, sabendo bem seguir mais leve durante algum tempo. Neste troço, tínhamos a subida ao Monte Sicó, o ponto mais alto da prova, que vale a subida e a vista lá em cima. 



A subida, bem, é assim a modos que para o "tramado". Tem "degraus" que me davam pela cintura, e é incessante. No entanto, correu-me bem, sempre em ritmo controlado e sem o coração a bater nos tímpanos. Cheguei lá acima, esperei um pouco pelo Finuras e pela Maria e tiramos uma foto nas letras de madeira, descendo até Pousadas Vedras a correr quando possível. Aqui entretanto já tinha caído uma chuvada jeitosa, o tempo muda rápido e nunca se pode facilitar.


Pousadas Vedras até Poios, 15h54 de prova

2h39 para 9,5 quilómetros, pace 17:04 e 6'45" de descanso

Depois de um farto abastecimento, onde comi duas canjas, e de ter sido apanhado pela Carmen Ferreira, que estava nas 111 milhas, arranquei para um troço bastante complicado, especialmente depois de ter chovido.



Não me lembro ao pormenor o que se passou, nem ao pormaior, recordo-me que havia ali uma descida e uma subida que nunca mais acabavam, mas fui em piloto automático, com a cabeça no terreno.


Poios até Tapeus, 17h49 de prova

1h48 para 8,6 quilómetros, pace 12:34 e 13' de descanso

Este pedaço, embora também complicado não era muito técnico, subidas às eólicas mas trilho sem pedras. Aqui a Carmen ultrapassou-me, ainda me desafiou a ir com ela mas, estava ali com um problema nos pés que me estava a tramar.



Na base de vida tinha optado por não mudar nada em baixo, pois estava tudo ok, mas isto tinha sido há umas horas atrás. No entanto a chuva e a condensação fizeram com que a sola dos meus pés começasse, sei lá, a assar, empolar, sei lá o que era, nem me apetecia pensar no assunto, era aceitar que doia menos (doia igual, mas faz de conta). Percebi logo que na próxima prova teria de levar comigo umas meias secas e creme para retocar os pés, para evitar isto).


Tapeus até Zambujal, 23h12 de prova

5h10 para 17 quilómetros, pace: 18:23

Saída de Tapeus até Zambujal, pelo gráfico a subida seria agressiva, já sabia, e tinha de estar no Zambujal até às 23h00 de prova, senão seria barrado e não poderia seguir.

Encontrei uns companheiros de prova, residentes em Condeixa-a-Nova que conheciam a zona, e já previam que o próximo troço demorasse umas cinco horas. Cinco horas para 17 quilómetros, caraças, ia ser bonito.

Lá fui gerindo, como possível. Muscularmente estava bem, mas os pés estavam horríveis. Em cada passo gemia, em cada pedra que pisava ou travagem necessária gritava. Cada vez que o pé mexia dentro do sapato doía horrores. Só pensava naquelas imagens que por vezes se vêm na internet, de pés sem pele e tudo o mais, mas continuei a optar por ignorar. No entanto, o plano mantinha-se, corrida a direito portanto, só tinha um problema em mãos, em pés no caso, e só um problema gere-se fácil.



Neste troço também, houve uma descida que, eu sei lá o que era aquilo, parecia um rio seco, cheio de pedras enormes, mas enormes mesmo, onde tinha de descer ora agarrado a umas, ora de rabo no chão, porque aquilo era mesmo muito longo, escuro e complicado, terá sido, para mim, a descida mais complicada de todo o percurso, isto depois de um bom troço cheio de lama.

Durante a prova também, no geral, fiz algo diferente de todas as outras. Levei o relógio com o pace "escondido" em vez de ir sempre a olhar para ele, era deixar fluir e o que viesse, vinha. No entanto, ali a uns 2 quilómetros do Zambujal sabia que estava atrasado porque ouvi o sino de uma igreja, decidi ver o relógio, e ver as horas, levei com a marreta e foi uma coisa linda de se ver, oh se foi.

O tempo limite para chegar ao Zambujal eram as 22h de prova. Faltaria cerca de um quilómetro, eram 21h45 e naquele ritmo jamais lá chegaria a tempo, ainda demorava para aí meia hora. Marreta nele, pumba.

Desisti, telefonei à Elsa "vou lá chegar, estou bem mas estou fora do tempo de prova" e lá me fui arrastando como possível, desanimado, a correr a direito e a descer, mas tudo o que era técnico, gritava de dores.

Nestes dois quilómetros, toda a "vida desportiva" me passou pela frente, é claro. Já não ia ao triatlo de Setúbal, nem ao triatlo de Coimbra, nem pensar ir à Estrela em setembro, lá se ia a classificação da equipa e do Clube… Ia mas é arrumar as botas, ficava-me pelas meias maratonas, uma Maratona por ano e tá bom, que um sujeito não caminha para novo, isto é muito esforço e mais uma vez ia ser para nada.

Isso, mais os pés a doer, a burrice de não ter trazido meias e creme, ou será que devia ter trocado no quilómetro 51? Ou tirado menos fotografias? Marreta, portanto, pumba.

Morrer na praia tão perto do abastecimento onde já tinha ficado em 2015, era sina, era karma, nunca mais me apanhavam ali nem que a vaca tossisse, assunto encerrado de vez.

No entanto, e a cabeça prega partidas, e mesmo com este espírito, não baixei os braços e continuei a "correr" o que conseguia, "posso chegar fora do tempo, mas chego a correr.".


Abastecimento do Zambujal

10' de descanso

Este abastecimento merece uma alínea só para si. Cheguei lá 12 minutos depois do tempo regulamentar, todo marretado da cabeça. Entrei, "boa noite". Ofereceram-me logo uma sopa, disse que já a comia. Tirei a mochila para uma cadeira, parei o relógio e entrou a Carla Matos, que foi grande parte do tempo perto de mim na prova, ora à frente, ora atrás. "Estamos fora?" "Pois, estamos." disse eu "Já passa do tempo".

Tiro a manta térmica a preparar-me para tirar o casaco e me embrulhar na manta e dão-me dois toques num ombro:

"Desculpe, o que é que está a fazer?"

"Então, vou usar a manta, estou fora da prova"

"Fora da prova?"

"Sim, fora da prova, já passaram 12 minutos do corte, já não sigo."

"Ai segue segue, você está bem?"

"Sim, estou, mas estou fora do tempo corte."

"Não está fora de coisa nenhuma, o corte deixou de existir. Sente-se aí (olha dá aí uma sopa para este atleta)"

Veio ter comigo um membro da organização que me tratou dos bidões e me explicou como era o percurso dali para a frente.

"Isto agora é fácil, tem uma subida assim íngreme mas não é técnica, depois é a descida da cascata e depois, rolar até ao fim." Pedi para repetir, para interiorizar bem a coisa, e cheguei à conclusão de que, tal como no ciclismo, no trail também há muita gente otimista, especialmente na parte do "rolar até ao fim".

Prestes a sair do abastecimento, a senhora disse "Pronto, vá-se lá embora que isto está feito, mas atenção ao frio, está muito frio." Ora, em vinte e tal horas de prova, ainda não tinha tido frio... Ainda.


Zambujal até Condeixa-a-Nova, 26h08 de prova

2h45 para 11 quilómetros, pace 14:40 sem descanso

Assim que saí desse abastecimento, cerca das 22h20, parecia que estava no Alasca. Mudei de luvas para umas compridas, coloquei a gola polar tapado até aos olhos mas, motivado, ataquei. Assim que saí do abastecimento, perdi-me no meio do mudar de luvas e acrescentar roupa, mais uns metros para a conta, voltei para trás.

"Bem, João, só te doem os pés por baixo, tornozelos ok, joelhos ok, cardio ok, e tens aqui um visto gold para terminar a prova, ataca." E ataquei.

A subida íngreme subi de mãos nos bolsos, impecável, cheguei lá acima já quente, mudei de luvas e tirei a gola. Depois veio a descida, uma descida técnica que na minha cabeça era a cascata, de que a outra pessoa tinha falado lá atrás no abastecimento.

Antes de mais, fica a nota que eu já tinha feito a cascata em 2015, mas sei lá eu, era técnica, era uma descida técnica, aquilo para mim naquela noite era a cascata. Chego cá abaixo a pensar "isto foi mais fácil do que pensava". Havia um estradão, comecei a correr a pensar "está feito, agora é a rolar", há uma viragem para a esquerda e um "buraco" e pronto, ali é que era a cascata.

A cascata, para quem não conhece, é um trilho lindíssimo, ao lado de um rio, e tem uma cascata, dizem, não a vi, mas não via mais nada a não ser os pedregulhos do tamanho de sacas de batatas que me acompanharam ao longo de cinquenta minutos, para cima e para baixo. Ah, isto sempre a gritar com dores nos pés, claro.

Saí da cascata, contente por estar vivo e inteiro, exceto os pés, e continuei a atacar. Só faltava Conímbriga e estava na chegada, peaners. Lá fui correndo, andando nas subidas, saio de Conímbriga e vejo lá ao fundo outro atleta.

O atleta (não sabia o nome dele) e eu já nos tínhamos cruzado desde as 18h00 algumas vezes. Ora me passava ele, ora o passava eu. Julgo até que saimos do Zambujal praticamente juntos, mas eu perdi-me na saída do abastecimento e perdi-o de vista.

Quando a minha luz incide nele, ele olha para trás e começa a correr, e eu "olha olha olha, então mas agora é que ele vai correr?"

Pensei em todas as séries de 1.000m Z5 à hora de almoço, nos fartleks e o caraças e pensei para mim "nem que me esmifre todo, só desisto se for eleito" e pumba, toca a correr no máximo até o apanhar. Coloquei-me do seu lado esquerdo, olhei para ele, ele olhou para mim, poker face e não dissemos nada um ao outro. Vamos correndo, ora eu acelerava, ora acelerava ele, e chegamos a uma ligeira subida. Ainda comecei a correr, mas pensei "eh pá, deixa lá isso" e abrandei passando a andar. Ele terá corrido mais uns 50 metros, vê que não estou a acompanhar e abranda também, a andar, e eu "ui, está bonito está".

Assim que o chão endireitou de novo, vai de Z5, parecia daquela vez com o Canela na meia Maratona de Cascais "Johnny estás bem?" "Nem que vomite, nem que vomite" e tunga, por ali fora prego a fundo já em Condeixa.

Perto da Câmara estava o David que me apontou o caminho que ainda tinha umas escadas, a seguir às escadas estava o Rui Faria que ainda me acompanhou a filmar a chegada. Nem falei de jeito com eles, tinha de terminar aquilo o mais rápido possível, não podia ser apanhado pelo outro atleta.

Cheguei, terminei, finalmente dobrei o Sicó, está feito.



Na chegada o Hugo Água a parabenizar, a falar dos amigos do Louletano de Coruche, o Rui a parabenizar-me, eu a aterrar, o David chega, abraços e obrigados a todos, e chega a seguir o companheiro de sprint final.



"E agora, chegou o Miguel _não me lembro do apelido_ finisher da prova das 111 milhas."

E caiu-me tudo ao chão.

Venho ali num sprint de morte com outro atleta, ao fim daquelas horas todas, e ele fez mais 70km do que eu. Fui ter com ele, pedi desculpa pelo sprint, ele riu-se, eu ri-me, demos um abraço e parabéns um ao outro, Sicó vencido, para ambos.


Ficamos ali um bocadinho, o Rui a saber se estava bem, se queria comida, se tinha frio. Tudo ok, bebi um chá, fui recolher a camiseta finisher e o azulejo e o Rui foi-me pôr ao Pavilhão. O Luíz e o Teodoro ainda estavam em prova lá atrás, mas estavam a entrar na cascata quando eu cheguei, iam demorar e não tive coragem de acompanhar o Rui a esperar por eles, pois estava assim um pouco para o combalido, digamos.

No pavilhão, terei demorado 1h30 entre tirar roupa, tomar banho e vestir roupa de novo, ainda a flutuar na nuvem de endorfina daquelas 26 horas e uns minutos em Sicó. Já recuperado da marreta mental, a pensar é que devia inscrever-me nas 100 milhas do Estrelaçor no dia a seguir de manhã.


The day after


Noite dormida, entenda-se por noite o período entre as 03h00 e as 07h30 num colchão num pavilhão desportivo. Toca a acordar, pôr creme nos pés, ir procurar um café para beber um expresso e dar apoio na partida aos restantes laranjas. Tínhamos muitos participantes nos 30km e nos 15km e fiz questão de os ir procurar e apoiar a todos.

Tiro a camisola finisher nova da bazófia para vestir e, era a camisola errada, tinham-me dado uma camisola das 111 milhas. Pensei logo "Espero que não se tenham enganado e dado uma dos 111km ao Miguel do sprint final.".

Vesti-a na mesma e procurei a organização para me ajudar na troca, sendo que com a ajuda do Orlando Duarte a questão foi sanada rapidamente.



Deu para ver os 30km partir, os 15km partir, para partilhar uma torrada e um galão com a Carmen e o marido, e meditar um bocado ao sol, antes de ir ter ao pavilhão para recolher as coisas, e arrancarmos para ir ter com o Teodoro e Guida a Coimbra para almoçar.



O resto da viagem foi tranquila, sem sobressaltos, e também sem conseguir dormir. Cheguei a casa cansado, moído. Tão cansado que nem consegui comer, e durante a noite ainda senti muito as assaduras nos pés e as dores gerais, mas acordei mais fresco e até fiz um vídeo a descer as escadas do prédio sem coxear.


Terminando esta publicação, que já vai quase tão longa como a prova, tenho de deixar os agradecimentos da praxe. 

Não vou enumerar pessoas, nem dizer "vocês sabem quem são" que isso é muito batido.



Agradecimento aqui, e só, deixo-o aos Run 4 Fun pelo carinho com que me receberam e tratam, desde sempre.

Vou deixar também uma palavra de apreço ao Mundo da Corrida. Já fui a muitas provas desta organização. Não são provas perfeitas mas, é como tudo, há alguma coisa perfeita no Mundo? Mas que fazem o seu melhor, disso não tenho dúvidas.

Agora, venha a próxima aventura, que o caminho é em frente.

Comentários

  1. Muito bom
    Obrigado pela partilha e muitos parabéns pelo feito
    Grande abraço

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  2. Parabéns Marreco és grande!!!

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  3. Sicó está torcido e bem torcido.
    Parabéns João, deste-lhe bem.
    Obrigado pelo magnífico relato, adoro o estilo.
    Abraço

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  4. João Fields, que maravilha!

    Ainda dizem que Sicó é fácil. Pois, pois...
    Apesar de seguir parte da tua preparação e da tua prova, aqui é que se percebe as ganas e o empenho com que fizeste a prova.
    Bravo amigo!

    Também já me fizeste a rir outra vez. E apesar do teu sofrimento e garra não é isso que também nos move?! A amizade o rir, a superação?
    Foi um fim de semana Funtástico e partilhamos juntos.

    Em nota de rodapé, este e muitos outros relatos deviam ser lidos pelas organizações. Qualquer cabeça inteligente percebe que isto é trail. O trail é esforço, motivação, adrenalina, superação. Não é só ripar que conta e chegar dentro do top 100. Há espaço para todos.

    Venham lá esses próximos desafios.

    Grande abraço CHAMP!
    Rui Faria



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  5. Dobraste o Cabo das Tormentas! Foi muito bom ler-te. Também tenho essa mania de não deixar que uma batalha perdida signifique que a guerra terminou. E completar com sucesso uma prova que anteriormente não nos correu bem, sabe ainda melhor do que ter sucesso à primeira. Estás de enormes parabéns! E esse episódio final de acabar ao sprint com um tipo das 111 milhas está hilariante. Excelente crónica. Forte abraço

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  6. Que relato fantástico João!!
    Mais uma vez parabéns pela tua prova ! O “ borrego “ de Sicó está morto !👌😂👏💪

    Que venham de lá os próximos desafios !👌

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  7. Parabéns João pela enorme vitória. os 3 dígitos é para poucos e tu além de os conquistares escreveste uma excelente crônica. TOP!
    👌🏃🏻💪😀

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  8. Parabéns Grande João, à terceira foi de vez, . Belo relato, com descrição detalhada de todas as etapas e do sofrimento que os pés te deram. Apreciei a decisão da organização em deixar-te,, merecidamente, terminar a prova apesar dos 12 min. de atraso, quase no fim. O Bom Senso imperou, o que nem sempre acontece. Runabraços

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  9. Bem amigo emocionei me com o teu relato e vou te dizer meu deus que Aventura e coragem e loucura mas só tu mesmo...em também vou ter uma maluquice parecida,eu tenha tanta força como tu...Parabéns Grande João boa recuperação bjnhos 💪🙏

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    1. João o comentário de cima é meu... desculpa não ter colocado o meu nome...sou naba nisto 😁🤪

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  10. Grande aventura companheiro!! Vivo esta prova de forma especial e foi tão bom ler este teu texto. Obra e boa recuperação

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