Twist2Win ou a Reinvenção – O Trabalho e a Participação
Sem provas, sem treinos organizados, sem recovery, sem convívios…sem a malta ( nossa maltinha!!!!)…circunscritos…limitados!
Let the Games begin!!!!
O Gamo-A-Ti, já foi
brilhantemente descrito pelo nosso Teodoro “Duarte” Trindade, no nosso blog: http://run4f.blogspot.com/2021/03/gamo-ti-quo-vadis-ac.html.
O Jogo da Tabuada, do Rui Faria,
antes, e o Desafio-Te – Moon Runner, da Marina Marques, foram um sucesso e
serão objecto de outro post.
Decorreu, agora, o quarto
desafio: Twist2Win, powered by Ana Melo e Orlando Ferreira.
O jogo duraria duas semanas
devendo ser percorridos 200 km e m cada uma.
Cada equipa era constituída pela
Heroína, mulher, e por dois homens, por si escolhidos, devendo cada membro fazer
os km que entendesse, com um limite: em cada equipa o atleta com mais km não poderia exceder 3 vezes mais o número de km do que cada um dos outros. Esse excesso não seria contabilizado. Por exemplo,
se o atleta com mais km tivesse feito 90 km, estes só seriam tidos em conta se
os outros dois tivessem feito, pelo menos, 30 km. Desta forma, fomentava-se a participação e o esforço de todos.
Cada mulher escolhia cinco
homens, através de e-mail enviado para a organização, sendo-lhe atribuídos dois, em função da ordem da sua escolha e da ordem de recepção dos e-mails. A organização atribuía um nome à
equipa.
A composição, e o nome, de cada
equipa apenas era conhecido por esta..
Os nomes das equipas correspondiam a Heroínas do Universo Marvel.
O meu pai tinha sido internado e eu
não sabia que disponibilidade e ânimo teria, nessa semana, pelo que nunca tive
qualquer objectivo de ganhar o jogo. Assim condicionada, escolhi dois
amigalhaços, cuja saudável loucura adoro. São ultra, experientes e excelentes
atletas mas, nos últimos tempos, não têm tido tanta vontade7disponibilidade de correr. Para
além disso, o Nuno também tinha limitações familiares inesperadas e o Rúben variadas
condicionantes, que enumerou: a bicicleta, as chaves do carro, a chuva, o
cãozinho, o vento, a namorada do filho que também cozinha um belo rosbife, os
Três Ursinhos, o RUberEats…a preguiça…a preguiça…Encarnámos a Gamora, filha de
Thanos e heroína complexa, que oscila entre o mal e o bem.
O jogo começou na segunda-feira e as equipas começaram a delinear estratégias:
Na sexta-feira, 16/04, a Mulher-Maravilha já tinha completado o objectivo da semana, com 217 km. Ninguém sabia quais os atletas que a integravam
Quase todas as equipas iam acumulando km atrás de km, excepto a Gamora e a Estelar com….0 km. Porque se um dos elementos da equipa não tivesse feito, ou descarregado, qualquer km, os dos restantes não seriam considerados. As heroínas praticavam técnicas motivacionais:
Na Gamora não se sentia qualquer resistência:
A regra do 1/3 condicionava os treinos dos restantes membros das equipas e, consequentemente, a abordagem técnica necessária:
Oito das treze equipas cumpriram
o objectivo dos 200 km, na primeira semana.
Na segunda semana, a organização anuncia um Twist no jogo: as equipas mudariam! Os dois membros masculinos, escolheriam uma das outras heroínas Marvel, sem saberem a mínima ideia a que atleta feminina corresponderia, repetindo-se o modus operandi anterior: envio de e-mail para a organização. A prioridade na escolha era decrescente, começando a equipa com mais km.
A nova equipa, Wolverine, resultava
da fusão da Gamora (eu) com Emma Frost (Fernando Carvalhão e Gonçalo Melo).
Já conheço o Gonçalo Melo desde
1988 mas nunca tinha conversado com o Fernando Carvalhão, que pertence ao
núcleo do Parque da Paz, em Almada.
Através do Messenger conversámos
e delineámos estratégias e objectivos: alcançar os 200 km dentro das
possibilidades de tempo, de cada um.
O Strava enlouquecia!!! Saltavam
Super-Treinos: bi-diários, tri-diários. Novos Super-Heróis estreavam-se no topo
da tabela.
Três equipas atingiram os 200 km
na quinta-feira. Com base no critério de desempate - o pace – encontrou-se o
vencedor da segunda semana, o deus dos deuses do Olimpo, o herói dos heróis da
BD: Iron Man.
Mas este era um jogo de
surpresas: a organização também destacou outra equipa, através do
critério adoptado transversalmente por todas as federações desportivas internacionais: o Critério
da SURUBA. Significava concentrar, na figura de cada heroína, os quatro
elementos masculinos, por ela liderados nas duas semanas, somando-se o número
de km dos 5 elementos.
Durante duas semanas
desconhecíamos contra quem corríamos. O Facebook era inundado de comentários
com bluff. Tínhamos que ter o cuidado de não nos descair nas conversas. Lançávamos
palpites sobre a composição das equipas. Zero tiros no porta-aviões. Era impossível adivinhar a composição
das equipas com base nos km, dada a regra do 1/3.
Somos um grupo grande com dinâmica.
Entram novos atletas, que treinam, maioritariamente, num dos 3 núcleos: Almada,
Expo ou Vela Latina. Por força da pandemia inexistiu qualquer contacto entre antigos
e novos membros. Treinávamos isoladamente. Nada sabíamos uns dos outros.
Mas, o jogo fomentou o convívio. Entre núcleos e entre conhecidos e desconhecidos. Através da troca de mensagens
e de estratégias. E integrou qualquer atleta que pretendesse participar,
independentemente da sua capacidade física. Desafiou várias pessoas a sair da
sua zona de conforto: atletas que já não corriam, atletas que faziam menos km, atletas sem motivação. Pessoalmente funciono muito melhor quando estou integrada
numa equipa: se me oriento por objectivos meramente pessoais, cedo, muitas
vezes, à inércia e ao cansaço. Integrada numa equipa sinto a responsabilidade,
que considero positiva, de contribuir para o todo.
Acresce que, no decorrer do jogo (e independentemente deste),
três atletas estavam fisicamente incapacitados de continuar, tendo sido
imediatamente substituídos por outros, que se disponibilizaram a participar e a
conviver.
Mas estas iniciativas só
acontecem se existir uma organização. E se existir muito trabalho e dedicação. A
Ana Melo, Orlando Ferreira e Rui Faria discutiam as regras, tomavam decisões,
tiravam dúvidas, definiam o jogo. O Rui coordenava o jogo, as pessoas e os
jogadores.
O trabalho e apoio destas 5
pessoas foi imenso e essencial. Prescindiram de horas do seu tempo pessoal e do
seu período de descanso. E isso não tem qualquer preço e merece todo o nosso reconhecimento e apreço.
Foram fantásticos! Muito, muito
obrigada!
Vivemos uma pandemia interminável, com contornos terríveis e com repercussões a nível familiar,
social, económico. Os nossos alicerces e certezas foram abalados de uma forma
que não suponhamos ser possível. A História aconteceu, de forma bruta, novamente.
E o Homem teve que se reinventar.
Também nós, enquanto grupo, e
enquanto atletas e animais sociais, sentimos a necessidade de reorganização e
de reajuste. Procurámos forma de nos manter em contacto e em actividade.
Conhecemos novos elementos saindo, totalmente, dos próprios núcleos de origem.
Competimos, apoiámo-nos, rimo-nos,
apoiámo-nos, fizemos bluff.
Desconhecemos o futuro próximo. A
História mostra-nos que a vida continuará. Igual, melhor ou pior, não
sabemos…Mas o Universo Laranja reforçou-se, unindo-se e reiventando-se.
Iniciativa e Participação.
Obrigada, assim vale a pena!
Belo relato Sandra. Obrigado.
ResponderEliminarFiquei com muita pena de não ter participado neste jogo, deve ter sido divertidissimo. Conta comigo na próxima vez.
Estas iniciativas são importantes para contrariar a nossa tendência para o sedentarismo ... e a preguiça (do Rúben).
Parabéns aos organizadores e a todos os participantes.