Um plano de treinos e as facilidades da tecnologia
Ultimamente tenho beneficiado bastante do meu relógio. É
um modelo já antigo, o Garmin Fenix 3. O modelo já foi descontinuado e eu comprei
com desconto quando apareceu um modelo mais recente. Por vezes ainda aparecem
umas promoções por cerca de 300 euros. Tenho recomendado este modelo porque
acho que é muito completo, só não tem pernas, o resto está lá tudo. Para se
aproveitar o potencial do relógio é preciso perder algum tempo e nem todos
estão para aprender, mas eu gosto e tenho usufruído bastante.
Fotografia tirada pelo meu amigo Rui Faria |
Por uma maluquice que não consigo explicar inscrevi-me na
maratona de Sevilha. Depois de seis maratonas de estrada completas e uma desistência
resolvi fazer a sétima. Como a parte final da maratona é um martírio para mim
resolvi arranjar um plano de treinos para me preparar. Há muitos que circulam
na internet, uns de proveniência duvidosa e outros da autoria dos campeões ou
de um amigo de um amigo nosso. Há também uns sites que vendem planos à medida.
Não fui para nenhuma destas alternativas.
Descobri que a Garmin tem planos para várias distâncias e disponibilidades de
tempo. Os planos são feitos por uma empresa inglesa chamada Full Potential e
que se apresenta assim “Aos 30 anos, Keith
Anderson mudou o seu estilo de vida e começou a correr para ficar em forma e
perder peso. Após um aconselhamento e treino especializados, correu uma
maratona em 2h17m e terminou no 10.º lugar na maratona dos jogos da
Commonwealth com 41 anos. A empresa de Keith, Full Potential, proporciona
formação profissional para todos, desde principiantes a corredores de elite”(www.fullpotential.co.uk)
A grande vantagem é que os planos podem ser
descarregados diretamente para o relógio/gps e por isso só temos que nos
preocupar em correr. O plano é muito variado, nunca sei como é o plano da semana
seguinte, tenho sempre que ir ver. Por isso não existe monotonia.
Por outro lado, não é um plano que assuste. Não
manda fazer quilómetros, mas sim tempos. Por exemplo um treino de recuperação podem
ser 30 minutos mais 10 minutos de arrefecimento. Os longões são de 3 horas e por
vezes têm variações de ritmo a meio do treino.
A carga não é ligeira, mas pode ser feita à
nossa medida, porque os ritmos são os nossos. Há ainda a hipótese de usar a frequência
cardíaca como base do treino.Eu escolhi usar a FC como base para o treinoe
recomendo. No início não é fácil, temos que aprender a medir as nossas zonas de
frequência cardíaca, determinar a FC de reserva e a FC máxima. A FC de reserva
é fácil, basta medir quando acordamos (recomendado) ou num momento em que
estejamos descansados (alternativa). As zonas serão os nossos guias de ritmo e
são elas que vão comandar a nossa evolução sem sobressaltos e sem esforços exagerados,
as zonas e claro o respeito pelos tempos de descanso. Existe literatura no site
da full potential que ajuda a perceber o conceito do treino e até um robot chat
que responde às nossas perguntas. A minha pergunta foi bem respondida.
A experiência tem sido boa, o calendário de
treinos pode ser alterado por nós e é depois transmitido para o relógio à nossa
conveniência. No início senti a carga e o cansaço, mas à medida que as semanas
foram passando fui-me adaptando bem. Tenho cumprido o calendário à risca, com
algumas adaptações. Logo no início do plano fiz o Trail de Penacova. Não ajudou
muito, mas estava no início e vinha com uma boa base e pude dar-me a esse luxo.
Houve também dois dias em que fiquei doente e tive que saltar dois treinos. Um
recuperei o outro ficou perdido. Vou na semana 12 de 16 e hoje concluí o treino
#51.
E agora vou ter que fazer mais umas
adaptações, vou uma semana para fora e tenho que adaptar o calendario e os treinos à montanha para onde vou. Um dos treinos é de series, deve ficar mal
feito, mas antecipei um longão e o outro faço no regresso na data certa.
Vou
para um sítio onde nunca estive. Por isso não estive a usar o desenhador de
rotas do Strava e já tenho duas alternativas, para fazer os meus treinos. Desenhar
foi 5 minutos e depois passei para o relógio que me vai ajudar com a navegação
para não me perder.
Ainda não arranjei foi quem analisasse os
meus treinos de corrida, tenho que ser eu a fazer. Mas também tenho que fazer
qualquer coisa para alem de correr.
Grande Alfredo. Treino científico. Quem te pode ajudar a analisar os treinos é o António Cruz que também utilizava a FC como medida base.
ResponderEliminarVais bater o teu PBT em Sevilha.
Runabraço
Um treinador electrónico digamos assim!
ResponderEliminarAcredito que vai dar um excelente resultado. Gosto muito da tecnologia mas para os treinos ainda prefiro a presença humana. Bons treinos.
Tive um Fenix e não gostei, marca mal e falei com a Garmin que conhece o problema. Como exemplo, a Maratona de Barcelona marcou mais de 45 kms.
ResponderEliminarQuanto aos treinos, também eu costumo correr "à balda" e estou agora a ser acompanhado, e é bom ver que há opções para todos com várias variantes e que nos ajudam a chegar aos mais diversos objetivos.
Boa sorte e vemos nos em Sevilha
Costumo usar a aplicação do Strava, mas dá o básico.
ResponderEliminarEu faço o mesmo em relação ao treino, mas com a vizinha Polar.
ResponderEliminarTreinos baseados em tempo, com base na pulsação.
Tem inclusive, se assim o pretendermos, treinos de fortalecimento muscular e de flexibilidade.
Estes com apoio visual com videos.
Para quem não quer ou pode ter um treinador são boas opções.
Boa sorte em Sevilha.