GTSA
Já a algum tempo que não faço um relato de uma aventura por aqui. GTSA
Escolhi uma música do Rodrigo Leão ( https://www.youtube.com/watch?v=-smjVNvFik4&list=RD-smjVNvFik4#t=0 ) para me acompanhar
enquanto escrevo.
No Sábado uma equipa de 5 laranjinhas fomos ao GTSA. Uma
sigla forte mas que só quer dizer Grande Trail Serra D’Arga.Eu era um dos cinco magníficos. Antes que diga mais… Somos verdadeiros heróis. É que nem vale a pena pensar. Gente que não faz da corrida vida. Gente que faz isto para se divertir. Gente que se reconhece nas vitórias pessoais e dos amigos. E nas derrotas de objetivos que traçaram. Pessoas que se atrevem a desafios cheios de dúvidas se desta vez vão conseguir.
Estes são os verdadeiros abraços. E eu iria com eles,
confiante, para qualquer aventura. Malta boa, amiga, carinhosa, resiliente, cheios
de histórias e de vida.
Com meses de antecedência, A Sandra, o Rubén, o Gonçalo, o
Paulo, a Paula e eu inscrevemo-nos na prova. Infelizmente a Paula acabou por
não participar.Mais perto do dia começamos a organizar a estadia, o transporte e as refeições antes e depois da prova. Fomos conversado também do material que devíamos carregar connosco na prova.
Na viagem de carro, conversa-se um pouco de tudo. O assunto
principal são normalmente histórias de provas e aventuras passadas. Gozamos uns
com os outros numa atitude saudável.
Muitas vezes, fico calado a ouvi-los. Cambada de doidos.Faltava combinar a hora do checkin e a logística com o Rubén que foi de comboio do Porto para Caminha. Isto com o Rubén dá sempre confusão, mas desta vez até correu bem. Foi o primeiro a chegar. Mas só porque a responsável do checkin amavelmente o foi buscar a estação e o levou direitinho para a casa.
No dia anterior a prova jantamos todos na casa alugada no
Airbnb. A Sandra fazia o jantar e nós fomos as compras.
Depois de levantar os dorsais, lá estávamos nós na partida.
O habitual ambiente de um nervosinho miudinho. Em redor viam-se as montanhas que iriamos subir.
Desta vez o sino da igreja é que dá a partida. Lá vamos nós serra acima, com as palmas das centenas de pessoas que ali estão. Levantamos os braços a agradecer e começamos a focar na prova.
As provas teem tantos momentos de interiorização e assuntos
que é impossível lembrar de todos agora. São coisas pessoais que nos passam na
cabeça, outras vezes coisas sem importância. Por vezes damos conta que estamos
a correr e a descer uma serra e precisamos estar atentos para não cair.
Quando vimos o fotógrafo erguemos o peito e corremos. Mesmo se
a uns metros atrás estivéssemos a andar. Faz parte e é assim. Não há outra
forma.
Há momentos que pensamos nos nossos companheiros. Como é que
eles se estarão a sair? Já todos fizemos provas sozinhos. Este aconchego de
saber que não estamos sozinhos e que no final vamos levar um abraço é muito
bom. É mesmo assim.
Desta vez eu tinha muitos motivos para terminar e querer
terminar. E foi isso que fiz. Apesar de pensarmos nos amigos nem sempre nos
preocupamos se eles irão conseguir. A partida confiamos que sim. Apesar das
conversas e das dúvidas no dia anterior pensei que todos iriamos terminar. A
Sandra parecia quem menos acreditava que conseguiria acabar esta prova.
O Gonçalo, o Ruben e o Paulo não haveria muitas dúvidas que
terminassem a prova.Por motivos diferentes eles não cortaram a meta. O Paulo, prudente, resolveu não lesionar os joelhos. O Gonçalo, ao km 45, esperou pelo Rubén e para seguirem os dois com frontal e quando o Rubén chegou, impelidos pelos membros da organização, decidiram não avançar sob o risco de caírem e se magoarem na última descida.
Quando o Gonçalo chegou ao pé de mim e me disse que não tinha
terminado, vinha desanimado, via-se.
O Rubén chegou depois. Imagino que lhe estavam a passar mil
pensamentos na cabeça. Nem lhe conseguia dar um abraço.Juntamo-nos os quatro e fomos beber uma cerveja e esperar pela Sandra.
Quando ainda conjeturávamos sobre a possível hora de chegada dela, “Olha a Sandra!!!”. Vinha lá ela numa passada de corrida a chegar a meta. Surpreendeu em pelo menos meia hora.
Que alegria a nossa. E a dela também que saldou tudo com beijos e abraços.
Termino a dizer que para além de nós muitas pessoas se
superaram nesse dia e outras ficaram tristes.
A prova importa, claro. Mas de que vale uma prova superada
ou não superada se não nos unir a amizade que nos abraça de uma forma tão
bonita.
Orgulho em ser RUN 4 FUN
Runabraços
Rui Faria
Runabraços
Rui Faria
Belo relato, obrigado, Rui Faria. Parabéns a todos os nossos companheiros participantes, pelo enorme desafio a que se propuseram.Tenham chegado à meta, ou não. Runabraços
ResponderEliminarMuito bonito!! E a música é inspiradora...
ResponderEliminarObrigado Rui, gostei do relato.
ResponderEliminarParabéns, são todos campeões.
Um abraço,
TT
Aprecio a forma como te expões, os teus pensamentos e a tua maneira de ver as coisas. A corrida é realmente um meio para coisas mais importantes que referes como poucos. Abraço
ResponderEliminarExcelente relato Rui! Obrigado pela partilha!
ResponderEliminarExcelente blogue!
ResponderEliminarNão sei se já ouviram falar na RNR!
Disponibilizam o calendário das mais importantes provas nacionais e podem partilhar as vossa conquistas com outros corredores!
Tenho usado e tem contribuído muito para que me supere cada vez mais...
Podem fazer download aqui:
https://itunes.apple.com/us/app/rnr/id1305109154?l=pt&ls=1&mt=8