Primeira Maratona
Autor: Arnaldo Amorim
Data: outubro 7, 2014
Data: outubro 7, 2014
Caros colegas do Run 4 Fun
Sei que é praxe, fazermos um breve resumo da nossa primeira maratona. Aqui deixo o meu testemunho sobre a minha 1º maratona em 05-10-2014.
As corridas no meu caso começaram há apenas dois anos e meio e por mera coincidência. Nunca gostei de correr e quando o fazia era com muito sacrifício. Esporadicamente corria aos fins-de-semana, no entanto passadas algumas semanas comecei a me propor objectivos e a concretiza-los. Primeiro corria três km, depois cinco, até conseguir chegar aos dez o que para mim era já um feito extraordinário. Fiz a minha 1º meia maratona em Outubro do ano passado e senti como se tivesse ultrapassado todos os meus limites.
A maratona
Começo por gradecer a todos os colegas que me deram força e me incentivaram a avançar para esta grande prova do atletismo. Todo o corredor tem de passar por esta experiência para poder decifrar o que relato abaixo.
A espera foi dolorosa, os nervos à flor da pele, as dores de estômago, a vontade de ir ao wc enfim todos os sintomas de antecipação da prova. O começo foi lento e programado há medida que corria, parecia que as pernas não ajudavam, ao km 10 já me sentia muito cansado e com o meu subconsciente a mandar mensagens de desistência. Passei ao km 15 a sentir-me muito mais forte psicologicamente e com uma respiração calma e constante e com algum ânimo acrescido ajudado pelos companheiros de corrida que me iam transmitindo algumas palavras de conforto e persistência. Chegado ao km 21, pensei se fosse a meia maratona já estava conseguida, mas ainda falta o dobro, nesta fase da corrida ficamos emocionalmente afectados, mas com o companheirismo do meu grande amigo João Lima que perante as minhas queixas de cansaço me apoiava sempre a continuar e a nunca desistir. Quando cheguei ao km 28 as dores eram tantas que já mal sentia os pés, o amigo João Lima deu-me um analgésico que trazia para as dores de cabeça e passado algum tempo as dores abrandaram um pouco. Chegado há Praça do Comércio talvez ao km 30, pensava eu que ali era sempre a direito até à expo, mas não mandaram-nos virar para os restauradores, esta mudança de trajecto foi como me tivessem duplicado o percurso, sabia que iria nesta face ultrapassar a barreira dos 32 km e aí segundo os especialistas iria ser a fase mais difícil da prova. Aqueles 2 ou 3 km de prova na subida para os restauradores foram sem dúvida os mais difíceis para mim não pelo esforço despendido mas pelo emocional que teria de gerir. Chegado de novo á Praça do Comercio comecei então a correr para a Expo como se a meta estivesse mesmo ali à frente, mas quanto mais corria mais longe parecia o destino final. Passados os 36 km e faltando apenas 6 km para o final comecei a ter a percepção real que poderia acabar a maratona, mas no meu pensamento começavam a surgir as preocupações normais nesta fase da corrida, poderia surgir alguma lesão que pudesse por em causa todo o esforço físico e mental despendido e já quase esgotado. Quando passei a barreira dos 40 km a emoção começou a tomar conta de todos os meus músculos e senti várias vezes arrepios de frio, não sei se algum de vocês já teve esta sensação. Quando finalmente pisei a passadeira vermelha esta criou em mim um misto de emoções que dificilmente as conseguimos conter ou explicar. Ao passar a meta senti um orgulho enorme em mim e em todos os colegas que como eu já fizeram maratonas. A maratona na realidade tem a particularidade de testar o nosso limite de resistência, persistência e vontade de vencer.
Deixo aqui uma saudação especial para todos os maratonistas
Obrigado
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