O meu primeiro Ultra trail
Autor: Rui Faria
Data: março 3, 2014
O enquadramento para ter feito esta aventura:
Apesar de estar com a cabeça (e com a inscrição) na maratona de Sevilha, quando fiquei a saber que Sico era no mesmo dia hesitei em trocar Sevilha por Sicó.
Sicó tinha sido o meu primeiro trail e primeira prova como Run4Fun. Duas razoes fortes para me deixar indeciso.
Mas ainda me sentia com gosto por ir a Sevilha. Por todo o ambiente que se criou a volta de Sevilha. Autocarro apinhado de alegria, muitas estreias em maratonas e a própria prova era aliciante. Ainda havia também um desafio com a Filipa quando nos inscrevemos para Sevilha, que era ver quem conseguia ter a maior evolução ate ao dia da Maratona.
Mas, e talvez, o factor decisivo para fazer a ultra de Sicó foi para poder estar e acompanhar a Filipa, que se tinha inscrito para fazer o Ultra em Sicó.
Os treinos: Tinha me aplicado nos treinos para Sevilha. Inclui dois treinos meio loucos que fiz. Um era para fazer o treino das 4as feiras na Expo... Desencontrei me (no local de partida) dos R4F e acabei por correr ate ao Jardim das Amoreiras e voltar. Muitos kms.
O outro desencontrei me (na hora) do treino da Garça. Um treinos diferente do habitual e que ia ate Monsanto. Acabei por dar a volta a Monsanto e quando dei por mim estava próximo da A5 com vista para a Decatlhon. Nem queria acreditar que tinha que voltar tudo pra tras. Fui em frente ate ao Alecrim, perto do Jardim das Amoreiras. Nesse dia cheguei podre. Ja nao havia forcas para mais. Jantei com a Filipa e as 23:30 fomos de taxi buscar o carro que ficou perto do Café In.
Enfim, treinei...
Nas duas semanas anteriores a Sico treinei pouco. Mas na terça feira anterior rebentei comigo. Estava sem querer pensar em nada e fiz um treino bi-diario 9 +20km Sabia que 5dias ia ser curto para recuperar as pernas. Pensei... "Aquilo já deve ser fácil, e tu ainda complicas Rui"
A prova: Cheguei na noite anterior a Condeixa. Jantar, vinho e gin. Dormi bem. Acordei cedo. Não sentia efeito do ultimo treino nas pernas, mas resolvi vestir aquelas meias de compressão quase ate ao joelho.
Encontro dos laranjinhas junto da partida. Tudo pronto. Não e normal estar nervoso, mas estava um pouco. Sentia uma certa duvida se conseguia fazer a prova ate ao fim.
O Teodoro, excelente como sempre, calmamente sugeriu uma estratégia. E tranquilizante ouvir quem sabe. Pensei.. Acompanho quem sabe disto e vai correr bem. Lembrava também da confiança do do Rui Ralha. "Tu consegues..."
Sentia me bem por estar com a companhia dos R4F abituados aos Ultras.
A parte da corrida foi... Correr... e .. Correr. A parte mais difícil foi dar conta que as meias de compressão nao prestam. Estavam a massacrar me os gémeos, e resolvi baixa-las ate aos tornozelos e foram os últimos kms da prova.
O fun... : Inicio com fotos e conversa. Entretanto, estava a começar uma conversa interessante com o Teodoro acerca dos momentos de interiorização nas provas, quando ele foi abordado por um cumprimento e dois dedos de conversa. (Fica aqui prometido o seguimento da conversa Teodoro). Foi ai que comecei a trilhar sozinho. Uma, duas, três subidas a correr e comecei a perceber que estava bem e confiante. Depois de baixar as meias ainda melhorou.
Abastecimentos fantásticos sempre animam, ou pelo menos não ha razão para reclamar deles quando as pernas doerem.
Uma descida espectacular. Alguns kms na companhia de uma rapariga muito veloz. Quando descolou de mim foi ve-la a desaparecer nas subidas e descidas a ultrapassar tudo e todos. Confessou que nos primeiros 5kms a "coisa" estava feia.
Encontrar a Ana Groznik e o Miguel Serradas num abastecimento foi surpresa.
As subidas tipo paredes não foram fun, mas foi bom olhar pra trás.
Abastecimento sopa e cerveja com gaitas ou concertinas para animar.
Logo a seguir a sopa entrei em conversa e ritmo de passada com dois "manos". No inicio estava agradável a conversa. Opinávamos sobre temas como: instituições de solidariedade, racismo, e colonialismo. Mas depois deixei de participar, segui com eles mas mais atras. Falaram o tempo todo a minha frente. Estavam fortes e aceleraram.
Faltavam 4,5km, segundo o bombeiro, e mais a frente meti me para dentro do rio, ate aos tornozelos.
Lavei cara e cabeça e molhei o gorro que ja tinha cheiro a azedo.
Ate ao fim da kilometragem não houve mais fun. Foi difícil esta parte. E só mesmo a chegada a meta e que foi fun.
Resumindo: no final a sensação boa de saber que fiz uma ultra. Por estar sempre a correr não tirei o mesmo prazer que em trilhos anteriores. Foi menos difícil que a primeira maratona.
Fica a dica para quem quiser iniciar: se pensares em tempos treina subidas e descidas. Se vais só para acabar treina subidas e descidas e bebe uns copos.
Data: março 3, 2014
O enquadramento para ter feito esta aventura:
Apesar de estar com a cabeça (e com a inscrição) na maratona de Sevilha, quando fiquei a saber que Sico era no mesmo dia hesitei em trocar Sevilha por Sicó.
Sicó tinha sido o meu primeiro trail e primeira prova como Run4Fun. Duas razoes fortes para me deixar indeciso.
Mas ainda me sentia com gosto por ir a Sevilha. Por todo o ambiente que se criou a volta de Sevilha. Autocarro apinhado de alegria, muitas estreias em maratonas e a própria prova era aliciante. Ainda havia também um desafio com a Filipa quando nos inscrevemos para Sevilha, que era ver quem conseguia ter a maior evolução ate ao dia da Maratona.
Mas, e talvez, o factor decisivo para fazer a ultra de Sicó foi para poder estar e acompanhar a Filipa, que se tinha inscrito para fazer o Ultra em Sicó.
Os treinos: Tinha me aplicado nos treinos para Sevilha. Inclui dois treinos meio loucos que fiz. Um era para fazer o treino das 4as feiras na Expo... Desencontrei me (no local de partida) dos R4F e acabei por correr ate ao Jardim das Amoreiras e voltar. Muitos kms.
O outro desencontrei me (na hora) do treino da Garça. Um treinos diferente do habitual e que ia ate Monsanto. Acabei por dar a volta a Monsanto e quando dei por mim estava próximo da A5 com vista para a Decatlhon. Nem queria acreditar que tinha que voltar tudo pra tras. Fui em frente ate ao Alecrim, perto do Jardim das Amoreiras. Nesse dia cheguei podre. Ja nao havia forcas para mais. Jantei com a Filipa e as 23:30 fomos de taxi buscar o carro que ficou perto do Café In.
Enfim, treinei...
Nas duas semanas anteriores a Sico treinei pouco. Mas na terça feira anterior rebentei comigo. Estava sem querer pensar em nada e fiz um treino bi-diario 9 +20km Sabia que 5dias ia ser curto para recuperar as pernas. Pensei... "Aquilo já deve ser fácil, e tu ainda complicas Rui"
A prova: Cheguei na noite anterior a Condeixa. Jantar, vinho e gin. Dormi bem. Acordei cedo. Não sentia efeito do ultimo treino nas pernas, mas resolvi vestir aquelas meias de compressão quase ate ao joelho.
Encontro dos laranjinhas junto da partida. Tudo pronto. Não e normal estar nervoso, mas estava um pouco. Sentia uma certa duvida se conseguia fazer a prova ate ao fim.
O Teodoro, excelente como sempre, calmamente sugeriu uma estratégia. E tranquilizante ouvir quem sabe. Pensei.. Acompanho quem sabe disto e vai correr bem. Lembrava também da confiança do do Rui Ralha. "Tu consegues..."
Sentia me bem por estar com a companhia dos R4F abituados aos Ultras.
A parte da corrida foi... Correr... e .. Correr. A parte mais difícil foi dar conta que as meias de compressão nao prestam. Estavam a massacrar me os gémeos, e resolvi baixa-las ate aos tornozelos e foram os últimos kms da prova.
O fun... : Inicio com fotos e conversa. Entretanto, estava a começar uma conversa interessante com o Teodoro acerca dos momentos de interiorização nas provas, quando ele foi abordado por um cumprimento e dois dedos de conversa. (Fica aqui prometido o seguimento da conversa Teodoro). Foi ai que comecei a trilhar sozinho. Uma, duas, três subidas a correr e comecei a perceber que estava bem e confiante. Depois de baixar as meias ainda melhorou.
Abastecimentos fantásticos sempre animam, ou pelo menos não ha razão para reclamar deles quando as pernas doerem.
Uma descida espectacular. Alguns kms na companhia de uma rapariga muito veloz. Quando descolou de mim foi ve-la a desaparecer nas subidas e descidas a ultrapassar tudo e todos. Confessou que nos primeiros 5kms a "coisa" estava feia.
Encontrar a Ana Groznik e o Miguel Serradas num abastecimento foi surpresa.
As subidas tipo paredes não foram fun, mas foi bom olhar pra trás.
Abastecimento sopa e cerveja com gaitas ou concertinas para animar.
Logo a seguir a sopa entrei em conversa e ritmo de passada com dois "manos". No inicio estava agradável a conversa. Opinávamos sobre temas como: instituições de solidariedade, racismo, e colonialismo. Mas depois deixei de participar, segui com eles mas mais atras. Falaram o tempo todo a minha frente. Estavam fortes e aceleraram.
Faltavam 4,5km, segundo o bombeiro, e mais a frente meti me para dentro do rio, ate aos tornozelos.
Lavei cara e cabeça e molhei o gorro que ja tinha cheiro a azedo.
Ate ao fim da kilometragem não houve mais fun. Foi difícil esta parte. E só mesmo a chegada a meta e que foi fun.
Resumindo: no final a sensação boa de saber que fiz uma ultra. Por estar sempre a correr não tirei o mesmo prazer que em trilhos anteriores. Foi menos difícil que a primeira maratona.
Fica a dica para quem quiser iniciar: se pensares em tempos treina subidas e descidas. Se vais só para acabar treina subidas e descidas e bebe uns copos.
Ora aí esta um relato encorajador. Quero tentar em 2024, mas estou com miufa miufa :-)
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