Porque corremos?

Corrida do Oriente - Junho 2011
Chegou-me a informação de que alguns leitores do nosso blogue julgam que o Run 4 Fun é constituído por um grupo de "loucos" que andam sempre preocupados em bater recordes (PBT - "personal best time") e em correr em ambientes cada vez mais difíceis.

Não é bem assim!!!

Existe um grupo relativamente reduzido de corredores mais entusiastas e mais competitivos que gostam de testar os seus próprios limites, mas a maioria dos nossos companheiros gostam de correr, pelo prazer de correr. Mesmo os mais competitivos, também gostam de correr porque se sentem bem. É um "vício" saudável.

O fato de se definirem objetivos, do tipo "bater o PBT dos 10 km" ou "correr a meia maratona em menos de 2 horas", funciona como um incentivo para fazer e cumprir o necessário planeamento, dado que, em geral, nada na vida resulta do acaso. Aliás, ter um objetivo é uma condição necessária para sairmos da nossa zona de conforto, pois quem começa a correr não sente logo sensações agradáveis ou perde de imediato aqueles "quilitos" a mais.

Começar a correr é um processo difícil que é "facilitado" pelo fato de se definirem objetivos. Esses objetivos vão sendo alterados à medida que vão sendo cumpridos. Começei com o objetivo de correr 20 minutos seguidos; pouco tempo depois já consigo correr 30 minutos seguidos. Daí a algum tempo, já consigo fazer 5 km. Depois começo a preocupar-me com o ritmo. Já consigo correr a 6:30 min./km. A seguir, tenho como objetivo fazer uma prova de 10 km. Depois quero fazer os 10 km em menos de 60 minutos. O passo seguinte é baixar dos 55 minutos aos 10 km e começo a pensar fazer uma Meia Maratona. E assim sucessivamente......

E onde é que isto pára???

Para os atletas com maior talento e com maiores horizontes, o limite é sucessivamente correr maiores distâncias, em menor tempo. Sair da estrada para começar a correr na montanha. Fazer "ultras" depois de fazer algumas Maratonas ("ultras" são provas com distancia superior à Maratona).

Mas isso só um reduzido número de companheiros consegue fazer, talvez menos que uma dezena. Posso citar os nomes que me lembro: Caló, Luís Matos Ferreira, Marco Gouveia, Paulo Jorge Rodrigues, e há quinze dias o Miguel San-Payo e o Zé Carlos Melo. E o Teodoro e o Jorge Esteves que fizeram a Geira há algumas semanas. Se me esqueci de alguns, aqui ficam as minhas desculpas.

Mas são os exemplos destes atletas que "inspiram" outros atletas a tentar superar-se. O raciocínio é simples. "Se ele conseguiu, eu também sou capaz.....". E podem ter a certeza de uma coisa: quem já fez provas mais difíceis quer sempre que outros companheiros as consigam fazer. Até para poderem ter companhia dos amigos. É algo que é muito importante nas provas mais difíceis.

Somos mais de 150, por isso estão a ver que não somos nenhum grupo radical ou "super". Somos apenas pessoas que gostam de correr, que gostam de fixar e atingir objetivos. É quase como um "jogo" que permite manter aceso o interesse.

E quem consegue correr mais depressa também consegue correr mais devagar. E quem correr devagar, se treinar e se inspirar nos exemplos de outros, também vai conseguir correr mais depressa.....E apelo aos nossos companheiros para darem aqui os seus testemunhos de como foi a sua evolução. Como vai sendo feito o "caminho".

Venham correr (ou andar) connosco que se vão sentir melhor. É muito agradável e o ambiente é simpático.

Vejam como eles estavam satisfeitos na foto acima, antes da corrida do Oriente.

Runabraços

Comentários

  1. Amigo João,
    Parabéns pela inspiração, excelente texto.

    Seguindo a Tua sugestão cá vai :

    Em primeiro lugar, porque corro?
    Sempre fiz desporto a vida toda, excluindo a fase em que trabalhava de dia e fazia a faculdade à noite, e mesmo nessa altura tinha no carro sempre o equipamento desportivo.
    Fui atleta de alta competição (selecção nacional de Judo, à muitos muitos anos :-) ).
    Sempre adorei jogar Futebol e após ter partido o joelho esquerdo em dois sitios (à 7 anos) e ter efectuado uma lesão complicada nos ligamentos do joelho direito à cerca de 3 anos, acabei com o futebol e com tudo o que pudesse complicar a estabilidade/rotação dos joelhos...passei a frequentar exclusivamente o Ginásio (Eliptica, Bicicleta...tudo o que não provocasse rotações agressivas aos joelhos).
    Como gosto da natureza, à cerca de 2 anos comecei a correr com calma e senti-me bem, e após a primeira corrida "popular"...o bicho agarrou-me :-).
    O ambiente, a excitação, a animação, a competição (connosco próprios obviamente)...tudo isto me cativou muito.
    Com a vida "super stressada" que temos hoje em dia, precisamos de um escape...as corridas passaram a ser o meu.
    Os meus primeiros registos reais foram :
    - 58min na são silvestre de Lisboa de 2009 e 2:07 na meia maratona de Lisboa(pt 25Abr) em 2010.

    Como entro nos R4F?
    Entrei pela mão do João Fialho, após a corrida da mesericórdia de 2010 (Jun), não fazendo ideia do que ia encontrar.

    O que encontrei nos R4F?
    Um grupo de pessoas fantásticas, com espirito real de "equipa", animação, diversão, simpatia, educação, entre-ajuda, respeito...enfim tem sido um grande prazer, fazer parte de algo "diferente".
    Abençoada hora em que o João Fialho me endereçou o convite e eu o aceitei.

    Tive evolução ?
    Brutal...mas tenho que dar mérito aos muitos treinos conjuntos com o João Fialho e alguns conselhos de outros companheiros de equipa.
    44min na SSLisboa de 2010
    1:35 na meia de Lisboa de 2011
    Em menos de um ano, passei de ritmos na ordem dos 6min/km para ritmos na ordem dos 4:30/km.

    Objectivos mais ambiciosos?
    Claro que sim...sou competitivo e gosto de me superar.
    Quero brevemente fazer a minha primeira maratona e depois...depois logo se vê.
    Como diz o João e bem, quando assisto, partilho e me alegro com os sucessos e desafios fantásticos conquistados pelos nossos amigos e companheiros...a vontade de aumentar o meu "limite" aumenta.

    Já me alonguei em demasia no texto, mas não posso deixar de dizer que o maior prazer que tive desde que entrei para os R4F, foi a "doença" da corrida ter também atingido a minha mulher...à 8 meses desporto era uma palavra proibida para ela...além de diversas provas de 10Km na casa dos 60min, conseguiu concluir a corrida do fim da Europa em Jan2011 e os 15Km da corrida das Fogueiras em Jun2011.
    Não tenho dúvidas que o espirito R4F, foi fundamental para este "milagre".

    Um grande bem haja a todos e uma saudação especial para os 3 fundadores que tiveram brilhante ideia e são os grandes responsaveis por este "grande caso de sucesso" em animação, amizade e bem estar tendo como a corrida por prazer o seu grande suporte.

    Runabraços
    (peço desculpa pela dimensão do texto...mas foi o mais sussinto que consegui...muito mais RUNtásticas coisas poderia dizer)

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  2. Caro João

    Como bem sabes escrever não é mesmo a minha praia, tal como não o era à cerca de um ano e meio correr, o que talvez não saibas nem muitos de vós é que apesar de sempre ter feito desporto ou algum tipo de actividade fisica, a corrida não era seguramente aquele desporto que me cativava... que 'seca' correr a olhar para onde?..para quê?...sinceramente estes eram alguns dos muitos pensamentos que me passavam pela cabeça quando via alguem a correr ou me questionava a mim proprio porque não tentar correr um pouco.
    E foi assim durante largos anos, mas, como diz o ditado pela boca morre o peixe e é bem certo..
    Certo dia, um mau dia, daqueles em que tudo corre mal decidi correr ou caminhar como lhe queiramos chamar para a zona do Guincho e por incrivel que pareça dei comigo a pensar que até me tinha sabido bem e que pelo menos isso tinha corrido bem naquele dia..
    Saltando etapas porque senão isto daria um livro ao fim de alguns meses estava a fazer a minha primeira prova e para começar nada melhor que... a meia maratona S.Joao das Lampas onde quase 'morri' de cansaço mas, antes partir que vergar e lá acabei.
    Quiz o destino que por motivos profissionais me cruzasse com um dos elementos dos Run4Fun, em boa hora o destino me pregou essa partido pois alem da enorme camaradagem que existe no grupo independentemente do ritmo de cada um há uma partilha constante de experiencias dicas, fazem-se novas amizades, ganham-se amigos, enfim um grupo onde nos sentimos bem independentemente das vezes que estamos juntos.
    Hoje, como muitos saberão mudei um pouco o azimute para a parte dos trilhos muito por culpa de um senhor chamado José Carlos que como é evidente conheci nos Run 4 Fun mas, seja em trilhos, seja na estrada, em meias maratonas, minis, ultras ou caminhadas a verdade é que está sempre alguem deste grupo proporcionando um convivio que seguramente não é facil de encontrar em todo lado.
    Por tudo isto é de facto verdade que correr con os Run4Fun é mesmo muito Fun.

    Forte abraço a todos e vamos cruzando-nos por aí

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  3. Bom tema, João,

    Porque corremos? Acho que é para nos sentirmos bem. Não interessa se é devagar ou mais depressa, o que interessa é sentirmo-nos bem no fim.

    Como grande parte dos Portugueses, ao longo da minha vida eu NUNCA liguei ao exercício físico. Os meus hobbies e o meu trabalho eram do tipo sedentário.

    Incentivado por um amigo e pelo excesso de peso, há uns 5 anos participei na Mini da Ponte e depois numa ou outra prova.
    O gosto pela corrida foi aumentando e de forma muito natural deixei de poder dispensar esta forma de adquirir bem estar físico e emocional, libertar stress, queimar calorias.
    Nos últimos anos treino e participo em corridas sempre que posso, considerando as contingências derivadas dos compromissos profissionais e pessoais.

    Há 2 anos, num certo dia fui convidado pelo Alfredo Falcão a participar em treinos com o R4F.
    Fui muito bem acolhido neste colectivo de amigos que levam a corrida por diversão e influênciado pelas relações de companheirismo e de amizade que são estabelecidas, dos treinos e da partilha de experiências.

    Com incentivo desta equipa permitiu-me concluír provas que nunca tinha imaginado que pudesse fazer.

    Bem hajam e RunAbrações!

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  4. Caro João,

    Parabéns pelo excelente texto. Revejo-me nas tuas palavras e não me esqueço que aderi aos R4F a teu convite. É um grupo maravilhoso, solidário. Infelizmente, este ano, por razões de saúde, naõ tenho tido oportunidade de participar em provas e partilhar convosco excelentes momentos de saudável camaradagem. Espero voltar ao meu ritmo e ao vosso convívio a partir de setembro.
    Boas férias e saúde para todos.

    Joaquim

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  5. Amigo João,

    Porque é que corremos? É, sem dúvida, uma grande questão! Revejo-me em todos os comentários anteriores e, em especial, com o Paulo Jorge. Eu também me perguntava o que leva alguém a correr distâncias com as meias e as maratonas assim, aparentemente, sem destino. Sinceramente, nunca achei que tivesse vontade de correr e que isso fosse um prazer!

    Comigo tudo começou num dia em que tive de correr do terminal 4 – porta K até ao terminal 4S – porta U (ultima) no aeroporto de Barajas em Madrid. Sempre fiz desporto e sempre achei que estava em forma. Errado!! Consegui chegar a horas e voar para Miami mas tive a sensação que algo tinha de mudar. Assim, quando cheguei inscrevi-me num ginásio e comecei a correr na passadeira. Tinha recuperar a resistência cardiovascular, perder peso e assim sentir-me melhor. E assim, foi!

    Depois de umas tantas horas na passadeira, fiz mais uma viagem a Boston e decidi levar o material de corrida e comprei o Nike+ para ter a noção da distância, tempo e a velocidade. Comecei a correr às 5:00 da manhã locais, pois, já eram 9:00 para mim. Foi o melhor que fiz. É uma forma diferente de conhecer uma cidade…a tranquilidade e frescura da manhã. Fantástico!

    Uns quilómetros depois e mais umas cidades, e alguns posts no facebook, fui desafiado pelo meu amigo Paulo Curto de Sousa – que já não via há anos, para aí uns 20 anos, incrível não é!. Assim, juntei-me a este grupo fantástico e corri os 10K da S. Silvestre de Lisboa em 57min. Como o Mundo é pequeno, encontrei um dos fundadores do grupo, o Paulo Marcos, meu contemporâneo na Escola Salesiana do Estoril, que também já não vi há mais de 20 anos.

    Com este grupo de amigos tenho-me desafiado, tenho encontrado a forças para ir mais além e não desistir. Já fiz provas que nunca imaginei ser capaz como a Corrida do Fim da Europa e a primeira meia maratona dos Palácios em 2h:08mim. Cada corrida é sempre um prazer encontrar-me e sentir esse ânimo, aquela palavra no momento certo para não ir abaixo…obrigado José Magalhães – quando me cruzei contigo estava mesmo a pensar desistir da meia maratona. Já não podia mais…achava eu!

    Este é o meu testemunho! Vou continuar a desafiar-me cada vez que calço os sapatos…vou continuar a dizer que o faço “pelo prazer de correr”! Próximo desafio: Meia Maratona de São João das Lampas em menos de duas horas! ;)

    Obrigado a todos com quem me tenho cruzado, alguns nem sei o nome mas não deixo de dizer…coragem companheiro…vamos lá!

    RunAbraços!

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  6. Caro João

    Agradeço ter partilhado a sua experiência pessoal, que constitui um incentivo importante, pelo menos para mim ;)

    Excelente texto!

    Cumprimentos

    Filipe Loureiro

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  7. Porque corremos?
    Por prazer. Inquestionavelmente!

    Na corrida, como em muitas outras coisas, o mal é começar, depois… depois, o problema é onde (ou quando) parar.

    Foi-se instalando a ideia que o R4F é um conjunto de “loucos” que corre muito e depressa. Não é de facto assim: a maioria corre relativamente pouco e moderadamente mas todos comungamos do mesmo prazer de melhorar e ajudar a melhorar. É porém a interacção social, a comunhão e o companheirismo o melhor das “corridas”. E também a percepção dos limites individuais que são, invariavelmente, muito subestimados. Um amigo meu maratonista dizia-me um dia que qualquer um consegue fazer uma maratona, facto que na altura contestei mas com o qual agora concordo. Evidentemente que não é fácil, é preciso método e muita persistência.

    Há contudo que relativizar as coisas, a corrida (o “vício”, como é frequentemente referida, está sempre associado a prazer mas não deixa por isso de ser uma coisa má) também nos revela as nossas limitações ou colide com a nossa vida, seja no plano físico, familiar, social, profissional ou outro. Temos que saber lidar com isso, redefinir objectivos e… continuar a correr. A corrida não deve deixar de ser, nunca, uma fonte de prazer.

    Por isso, independentemente da tua forma, capacidade ou idade, vem correr connosco, pelo PRAZER DE CORRER.

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  8. Porquê correr?
    Certamente porque partilhamos algumas das suas "consequências": gozo, prazer, companheirismo, amizade, confraternização, conhecer novos locais, satisfação pessoal, testar os nossos limites, etc.
    Tal como já disseram, o problema é começar… porque depois difícil é mesmo parar…
    Com maior ou menor participação em provas, com mais ou menos treinos, correr é mesmo daquelas actividades físicas que está ao alcance de (quase) todos.
    Boas corridas.

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  9. Por corremos?
    Para mim foi uma forma de fazer desporto.
    Depois de uma operação ao ligamento cruzado e após a respectiva recuperação, o futebol e tudo o que originasse rotação do joelho estava de parte.
    Como já praticava BTT, precisava de algo mais, que diminuisse os valores da balança.
    Na meia maratona de São João das Lampas, estando encostado a uma vedação, pensei: "E por não umas corridas?".
    Assim foi, iniciei-me na corrida do tejo e achei engraçado principalmente pelas calorias que perdi nessa corrida (assim dizia o software).
    Comecei a treinar sozinho na Expo e no passeio da marginal mas começei a achar que precisava de objectivos. Encontrei então um grupo de malta vestida de laranja que parecia simpatia e enviei um email para os acompanhar numa das voltas pela serra de sintra.
    Desde esse momento nunca mais parei, e sem deixar de comer o que gosto, consegui emagreci cerca de 8kg sem dietas.
    Continuo a correr e a acompanhar este grupo magnifico, quer nos treinos da Expo, na Serra de Sintra e nas diversas corridas pela país e quem sabe um dia chego a uma maratona (mas não tenho qualquer pressa).
    Portanto corro porque sim, e continuarei até chegar ao fim (fim esse que espero que nunca chegue). Cumprimentos a todos os que estão e que virão a acompanhar este grande grupo de amigos que por acaso se vestem de laranja.

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  10. Porque corremos? acho que está quase tudo aqui ...

    http://support.worldvision.org/site/PageServer?pagename=TWV_Home

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  11. António, o video está fatástico, Obrigado pela partilha...tomei a liberdade e partilhei-o no fb.
    Runabraços

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  12. Prespectiva sublime,grande João.corremos para sermos mais simples,mais nós.

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  13. Porque corro? por mim, sim; mas também pelos outros que correm e me ajudam a correr; e pelos outros que não podem correr e me dão exemplo de força e determinação todos os dias. Quando corro, nunca corro sozinho. É por isso que corro. E quando não posso, ando :)

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