Ponte 516 e Passadiços do Paiva

Era um desejo desde que soubemos que a ponte iria ser construída, atravessá-la👍😆. Em maio deste ano foi inaugurada e foi imediatamente, um sucesso. Tanto assim que a revista Time, há algumas semanas atrás, elegeu os Passadiços do Paiva e a Ponte 516 como um dos melhores 100 sítios do mundo https://visao.sapo.pt/atualidade/sociedade/2021-07-21-coimbra-e-arouca-na-lista-da-time-dos-100-melhores-sitios-do-mundo/. 

Definimos que este ano iriamos passar as nossas férias de Verão em Portugal. E há cerca de uma semana definimos um plano, no qual entrou em primeiro lugar a visita à nova ponte do geosítio de Arouca.

Os bilhetes são comprados no sítio da organização, com data e hora definidas, pois há um limite diário de 500 pessoas que podem atravessar a ponte. Em 364 dias por ano, exceto se as condições atmosféricas não o permitirem. Podemos comprar bilhete apenas para atravessar aponte, ou então um bilhete conjunto para ponte e passadiços. Foi esta 2ª opção que escolhemos, apesar de já termos visitado os Passadiços em 2017.

Há três entradas possíveis: Espiunca, Areinho e Alvarenga. Se se quiser apenas visitar a ponte, Alvarenga é a melhor escolha, pois os automóveis podem estacionar quase à entrada da ponte, na margem direita do Paiva. Espiunca fica  a jusante e Areinho a montante, mas muito perto de Alvarenga. De salientar que os Passadiços ficam na margem esquerda do Paiva.

Escolhemos Areinho, sabendo que teríamos que estar na entrada da ponte, 15 minutos antes da visita, marcada para as 15:30. Areinho fica a 14 km de Arouca. 

Com tempo, julgávamos nós, saímos para Areinho pelas 14:45. Perto do local vimos pessoas a estacionar num parque, sem qualquer indicação. Decidimos continuar para Areinho. No entroncamento para Areinho havia um guarda a explicar que não poderíamos descer, pois o  parque junto ao rio estava cheio e que teríamos que voltar para trás para o tal parque que tínhamos visto antes e depois ir a pé até Areinho. Assim fizémos, estacionamos no estradão e seguimos a pé, verificando que o parque era a cerca de 200 metros de onde estacionámos. Chegados ao parque havia penas uma indicação "Passadiços do Paiva" por onde seguimos. Nenhuma indicação sobre a Ponte 516.

Descemos o trilho e  chegámos a Areinho eram 15:13. Perguntámos a uns motoristas de jipes quanto tempo demoraria ainda  a chegar à entrada da ponte. Disseram-nos que era 45 minutos e como tal já não chegaríamos a tempo da visita das 15:30 e teríamos que esperar pela seguinte, às 17:00 horas.

Decidimos ir a correr e andar nas subidas. Começou por um estradão até entrarmos nos Passadiços. Aí tivemos que subir 301+232 degraus até chegar  à ponte. A Luisinha que está em melhor forma, seguiu à frente. Eu já estava muito cansado, e já perto da ponte, a Luisinha ligou-me a dizer para me despachar, pois eles iriam deixar-nos entrar apesar de estarmos atrasados. Cheguei às 15:35, ou seja demorei 22 minutos a percorrer o caminho que os guias diziam que demoraria 45 minutos 😅. A Luisinha demorou ainda menos.

Juntamo-nos ao grupo de cerca de 20 pessoas. Todas as  visitas são acompanhadas por um guia que previamente, nos conta a história da ponte e as componentes técnicas da sua construção, bem como dá alguns conselhos para o caso de alguém se sentir mal. Se alguém, cair na ponte e ficar no chão, esta é imediatamente evacuada, por razões de segurança.

O nosso guia era o Emanuel que perguntou, antes da sua apresentação, se alguém precisava que ele falasse em inglês. Ninguém se acusou. Depois da apresentação convidou-nos a passar. É um caminho de ida e volta, onde nos cruzamos com as pessoas do grupo que entrou na margem direita, em Alvarenga.

 Um casal já entrado mas ágil, entrou primeiro, um casal jovem a  seguir e nós de imediato. A ponte é feita numa estrutura reticular de perfis  de metal, vendo-se sempre para baixo, com toda a nitidez. A Luisinha não quis tirar fotos na ponte, na ida, pois tinha medo de deixar cair o telemóvel. Eu disse-lhe que para mim não é problema, pois tenho toda a informação guardada.

E lá seguimos, cruzamo-nos com pessoas do outro lado e já perto do final da ponte começamos a ver pessoas "agarradas" aos corrimãos da ponte, cheias de medo. Vimos três pessoas que voltaram para trás, por não conseguirem atravessar.

Chegados a Alvarenga, ficámos à espera do resto do grupo, vindo o Emanuel no fim do grupo, a fechar.

 Ali ele explicou-nos que na queda de água ali perto, com 160 metros de altura, havia um grupo a fazer "cannyoning" o que verificámos. Mais umas fotos e o Emanuel convidou-nos a fazer o passeio de regresso. À frente o tal casal e nós logo a seguir. Como é costume meti conversa, com o homem, pois a mulher ia, em bom ritmo, à frente. Reparei que ele ia agarrado, levemente, ao corrimão. Chamava-se Alcino, de Arouca e surpresa, corredor de trails. Disse-me que ainda há 15 dias tinha feito um trail ali perto. Que tem um filho que também faz trails e que no último TPG ficou em primeiro no escalão, na prova maior. A filha também faz trails, a mulher é que não. Com a conversa reparei que ele deixou de se agarrar ao corrimão. Disse-me ainda que já era um pouco velho pois tinha 61 anos. Fartamo-nos de rir e dissemos-lhe que ele era muito novo, pois nós temos 62, sendo a Luisinha "muito mais velha do que eu": três meses"

Chegados a meio da ponte pedi-lhes para nos tirarem um foto e o mesmo fizemos a eles. A mulher chama-se Emília e já tinha passado a ponte antes e feito os Passadiços muitas vezes. O Alcino disse-me ainda que de manhã já tinha feito 80 km de bicicleta, e eu respondi que tinha feito 6 km a correr...ehehehehhe. 

Regressados à margem esquerda decidimos fazer os passadiços, para jusante até  ao Vau  cerca de 4 km, onde há uma bonita praia fluvial e um bar onde bebi uma imperial e a Luisinha uma água com limão. Houve gente a viver na zona dos Passadiços, onde existem diversos terraços para agricultura, hoje abandonados.

Uma sugestão para quem não conhece. O caminho dos Passadiços é uma maravilha. A ponte é hoje a maior atração, mas os 8 km de Passadiços entre Areinho e Espiunca ou vice-versa) é que justificam a classificação como um dos sítios mais bonitos do planeta. Não percam, os Passadiços, uma experiência inolvidável.

E para terminar uma foto à entrada da ponte, em Areinho. Coloquem no vosso programa de férias, a ponte e os Passadiços😏. Boa viagem





Comentários

  1. Maravilha de experiência e relato João.

    A Luísinha fez quanto ao km para chegar a tempo??! 3'/km hehehe.

    A Sandra foi aos passadiços este ano. Eu tenho vertigens, mas havemos de ir atravessar essa ponte.

    Run Abraços

    Rui

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  2. Rui Faria, vais agarrado ao corrimão 😀👏🍊. Grande abraço

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  3. Obrigado João pelo relato.

    Fiquei com vontade de visitar a ponte.
    Os passadiços é que talvez não, consta que são terriveis, muito piores que as "escadas do martírio" :-)

    Boas férias.

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  4. Teodoro, os Passadiços são a verdadeira maravilha. A ponte é um acrescento. E para ti, os degraus não serão, de certeza, um problema. Quanto à Guida a solução é ir nas calmas, descansar, apreciar as paisagens soberbas e continuar. A não perder!!

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  5. Que belo relato!! Eu já conhecia os passadicos do ano passado, este ano quis repetir e como dizes, fazer este belo acrescento que é a ponte! Impressionante está construção que nos deve encher o coração de orgulho tuga!!

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